Todo ano na Páscoa é a mesma coisa:
“Eu quero um ovo… eu quero um ovo do Carros” / “Eu quero um ovo da Wandinha”.
E os pais ficam naquele conflito entre ceder aos pedidos dos pequenos, com compras que são mais caras e podem pesar no bolso, ou se manter firme a tradição e dizer que Páscoa não é época para consumismo. É o que tenta fazer a Alilia dos Santos, mas nem sempre ela consegue.
“Eu não tenho essa tradição de comprar os ovos de Páscoa para o meu filho de sete anos. Mas, quando eu compro, eu procuro sempre aqueles que tem o brinquedo. Que ele gosta do brinquedinho…”.
Associar a compra do ovo com brinquedos mais caros que o próprio chocolate é proibido. O nome disso é venda casada. E a coordenadora do programa Criança e Consumo do Instituto Alana, a Maria Melo, explica como diferenciar um brinde de uma publicidade, ou incentivo ao consumo abusivo.
“Brinde não pode se sobrepor ao produto que está sendo vendido. Este valor, né? O valor do brinde tem que ser insignificante. Lembrando que publicidade infantil é uma prática abusiva e ilegal no nosso país. Esta publicidade que é voltada para crianças e adolescentes… essa exploração é ilegal e abusiva no Brasil”.
Ela ainda dá um conselho aos pais ou adultos responsáveis: “Então, as famílias podem conversar sobre isso, sobre qual é a motivação real e comercial que está por trás desta data… resgatando o sentido real desta comemoração”.
E, claro, em caso de dúvidas ou de denúncias procurar os órgãos do consumidor de sua cidade ou até procurar a empresa por meio do Serviço de Atendimento ao Consumidor.