O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística confirmou, com exclusividade à Folha Dirigida, o pedido de um novo concurso IBGE para efetivos.
Enviado em abril deste ano ao Ministério do Planejamento e Orçamento (MPO), o documento solicita a autorização para a abertura de 2.378 vagas efetivas, para os seguintes cargos:
- analista de planejamento, gestão e infraestrutura e tecnologista em informações geográficas e estatísticas (412 vagas solicitadas);
- pesquisador em informações geográficas e estatísticas (11);
- técnico em informações geográficas e estatísticas (1.488); e
- tecnologistas em Informações Geográficas e Estatísticas (467).
Caso o concurso seja autorizado, existe uma previsão de gastos com os seguintes salários: R$8.488,47 (analista), R$9.389,06 (pesquisador) e R$3.677,27 (técnicos).
O IBGE já reforçou que, ao longo dos últimos anos, a autarquia vem sofrendo progressiva redução do seu quadro de servidores, em decorrência de exonerações, falecimentos e, especialmente, aposentadorias.
“O concurso mais recente foi realizado em 2015 e, mesmo com essas reposições, não foi possível garantir um quadro mínimo para a manutenção das atividades desta instituição”, disse o IBGE.
Ainda segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, além da situação alarmante de redução do seu quadro de pessoal, 25% do total de servidores já pode solicitar a aposentadoria.
“Esse quantitativo pode ser ainda maior, uma vez que, para esse levantamento, foi computado, exclusivamente, o tempo de trabalho no IBGE registrado no SIAPE (sem considerar o tempo de contribuição destes servidores fora desta Fundação)”, explicou a autarquia.
Governo Federal prevê aval para o concurso IBGE
O concurso IBGE, com vagas efetivas, será realizado, segundo a ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck.
O edital será autorizado no segundo pacote de concursos a ser anunciado pelo Governo Federal. Ainda não há uma data prevista para esse aval, considerando que o anúncio do primeiro pacote ainda está em curso.
Em recente entrevista ao Correio Braziliense, Esther Dweck afirmou que a segunda leva contará com um concurso para o IBGE, assim como a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e outros órgãos e autarquias, incluindo as agências reguladoras.
“Tem um concurso grande do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que ainda estamos fechando e estou tentando fazer um pacote de ministérios. No caso do MMA, vai sair sozinho, porque Ibama e ICMBio estão com concursos abertos agora. Assim, a gente deve priorizar o provimento. Os ministérios de Educação, do Planejamento e do Trabalho estarão na segunda leva, inclusive o do IBGE”, revelou a ministra.
No início do ano, Esther Dweck reconheceu a necessidade de um novo concurso IBGE para efetivos. Em entrevista à Folha de S.Paulo, ela citou o déficit na autarquia.
“Desde que eu estava aqui (no governo Dilma Rousseff), eu já acompanhava áreas que tinham muita gente em abono de permanência, com risco de aposentadoria, e a reforma da Previdência em 2019 acelerou. Áreas que já estavam com risco muito grande, com 30% da folha podiam se aposentar. IBGE e Banco Central, mas outras também”, disse a ministra na ocasião.