Condições dignas de sobrevivência, redução da mortalidade infantil e mais autonomia para as mulheres. Esses são alguns dos efeitos constatados por pesquisadores, em relação ao programa social Bolsa Família.
Os especialistas Alessandro Pinzani e Walquiria Rego ouviram por cinco anos as famílias beneficiárias do programa e publicaram os resultados pela editora da Unesp, Universidade Estadual Paulista.
Para a professora de Sociologia da Universidade Estadual de Campinas, Walquiria Rego, “um dos preconceitos mais cruéis da sociedade” é afirmar que as mulheres geram mais filhos para conseguir o benefício.
Dados do Ipea mostram a redução do número de filhos, por mulher beneficiária do Bolsa Família, ao longo dos anos. Walquiria Rego desmente a ideia de que os beneficiários do programa param de trabalhar por já terem uma renda.
O professor de Filosofia da Universidade Federal de Santa Catarina Alessandro Pinzani rebate a expressão “ensinar a pescar”, contrária ao Bolsa Família.
Para o professor, programas sociais reconhecem que há pessoas em pobreza extrema com urgência de se alimentar e ter dignidade. Pinzani cita que o resultado da pesquisa traz mudanças de vida, do ponto de vista social.
Os pesquisadores destacaram, também, que o Bolsa Família, sozinho, não muda a realidade na estrutura da desigualdade do Brasil. Eles defendem o retorno de outros programas sociais, como o Brasil Carinhoso e o Brasil Jovem, porque afirmam que a pobreza tem outras dimensões além da financeira.