Deputados defendem convocação do Exército para atuar no RN

Os três dias consecutivos de ataques criminosos em diversas cidades do Rio Grande do Norte levaram parte dos líderes parlamentares da Assembleia Legislativa do Estado a defender a convocação das Forças Armadas para atuar na segurança pública potiguar. O assunto dominou o horário das lideranças na sessão plenária da Casa nesta quinta-feira (16). Nesta semana, cerca de 200 homens da Força Nacional já chegaram ao RN para reforçar o combate ao crime organizado.

Primeiro a se pronunciar, o deputado estadual Luis Eduardo (SDD) questionou ao ministro da Justiça, Flávio Dino, o que falta para o envio de mais homens para o Estado. “Vão esperar o RN derreter em fogo?”, perguntou. “Intervenção já. Tem que usar o Exército, mandar todas as forças, militares. Não podemos esperar. Está na hora de tomar atitudes e proteger a população de bem no RN”, completou o parlamentar.

O deputado revelou ainda que o comércio esteve fechado em Natal e que reservas para a Semana Santa na rede hoteleira do Estado já estavam sendo canceladas diante da crise na segurança. “A cadeia produtiva mais importante do Estado, o Turismo, a mais prejudicada na pandemia, que deixou o setor arquejando, e agora na hora da reabilitação, de voltar a crescer, de salvar empresas, o Turismo sofre outro ataque, outra derrota”, disse.

O líder do governo, deputado Francisco do PT, em aparte, informou aos demais integrantes da Casa que o Executivo confirmou a ampliação das forças de segurança, com envio de efetivo policial e de recursos por parte da União. Além disso, saiu em defesa da outra pauta levantada por Luis Eduardo, de buscar a recomposição da frota dos municípios afetados. “Em muitos municípios essa frota não está nem assegurada e cidades vão precisar do apoio do governo federal”, acrescentou.

Em seguida, foi a vez do deputado estadual Gustavo Carvalho (PSDB) defender a presença das Forças Armadas no RN. “As Forças armadas têm que ir para rua. Exército tem que ir para rua”, reivindicou o tucano.

Gustavo ainda relembrou que, além da segurança, o Estado acumula problemas na educação – com greve dos professores e debate sobre o pagamento do piso salarial da categoria -, na saúde – com pessoas esperando cirurgias em filas nos hospitais -, na recente investigação na Controladoria Geral do Estado, e com o turismo, “jogado ao chão com reservas de hotéis para Semana Santa canceladas”.

O último a debater o tema no horário das lideranças foi o deputado José Dias (PSDB), que comparou a situação no RN com a guerra na Ucrânia. “A sensação que temos é de um país em guerra. Isso é grave. E me impressiona propostas descabidas”, disse o parlamentar. O parlamentar criticou a ideia de direcionar emendas parlamentares para o pagamento de diárias atrasadas dos policiais militares. Segundo José Dias, estes recursos são em sua maioria destinados a saúde pública, que está em “uma situação ainda pior” que a segurança.

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