“Precisa voltar a restringir”, diz secretário de Saúde sobre retomada das atividades no Rio Grande do Norte

O secretário de Saúde do Rio Grande do Norte, Cipriano Maia, disse nesta sexta-feira 21 que a situação da pandemia é crítica no Estado como um todo. Em entrevista ao Bom Dia RN, da Inter TV Cabugi, o representante da Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap) indicou que é necessário manter as medidas de prevenção e isolamento social contra a Covid-19, afirmou que o Governo discute uma possível regionalização de decretos e sugeriu a volta de medidas mais restritivas.

“A situação do Estado, como um todo, é uma situação crítica. A maioria dos municípios está com cor laranja e cinco município em vermelho. Isso não é uma situação confortável para nenhuma região. Temos demanda por leito aumentada, e se mantendo em um platô muito alto. Ontem [quinta-feira], foram 138 solicitações. Lógico que temos uma situação mais crítica nas regiões Oeste, Alto Oeste e Vale do Açu, que fazem demandas para a central de leitos Oeste, onde temos uma fila que tem se mantido acima de 30 pedidos de leitos por dia, já há alguns dias. Isso exige medidas que podem ser regionalizadas de acordo com a situação de piora”, disse o secretário.

No Alto Oeste, 70,7% da população está em zona de alerta (amarela) ou de perigo (vermelha); no Oeste, 95,7% estão nessa situação. Em reunião realizada nesta semana entre prefeitos e governo, foi defendida a publicação de um decreto estadual com foco regional contendo medidas mais duras, capazes de uniformizar os procedimentos. Ficou acertado que a gestão estadual vai consultar a área jurídica do governo para avaliar a possibilidade de editar um decreto regionalizado.

“O platô que vivenciamos no Estado como um todo é muito desconfortável. Temos cerca de 1,2 mil casos por dia. Maio tem o maior número de casos, março e abril, a maior mortalidade. Esse platô se mantém. Temos que ter consciência de que, se não houve condição de fazer a restrição que o comitê científico recomendava manter, temos que ter as medidas compensatórias, que são: a fiscalização efetiva dos decretos, evitar qualquer tipo de aglomeração, manter o distanciamento físico entre as pessoas, o uso correto da máscara. Jamais estamos pensando em flexibilizar novas medidas, porque a abertura das escolas e retomada de outras atividades, com certeza, tem contribuído para esse aumento de casos. Então a gente precisa voltar a restringir. É tanto que o comitê, na sua recomendação, volta a reiterar a restrição das atividades, da circulação, e medidas compensatórias que vão para empresas e todas as organizações. Identificar casos, testar as pessoas, fazer rastreio de casos. A Vigilância Municipal, junto com a atenção primária, estar atuando nesse controle. Principalmente, uma mobilização da comunidade. A comunidade entender que o problema é da comunidade. O governo está fazendo a sua parte, mas sem a mobilização da comunidade nós vamos ter o risco de continuar nesse platô ainda por algumas semanas, visto que a vacinação tem avançado de forma lenta. Nós só temos em torno de 10% da população já vacinada com a 2ª dose”, relatou Cipriano.

Ainda durante a entrevista, o titular da pasta reforçou que o quadro do coronavírus é extremamente crítico no RN. “Os prefeitos tinham pedido a flexibilização [das atividades] e o decreto do governo apontou isso, só que os resultados estão se apresentando. E nós vamos precisar – e muitos municípios estão fazendo isso corretamente, aumentando a restrição – e nós vamos, enquanto Governo do Estado, apoiar essas medidas restritivas. E estamos discutindo como construir essa possibilidade de regionalização dos decretos”, apontou. “Não temos como manter grande relaxamento até que avance a imunização da população”.

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