O delegado José Eduardo, da Delegacia Especializada em Atendimento ao Adolescente Infrator (DEA), responsável pela investigação da morte de um adolescente durante um evento escolar, deu detalhes sobre o depoimento do outro adolescente suspeito pelo ato infracional.
Segundo o delegado, o crime não está relacionado a uma crise de ciúme que o suspeito teria da vítima, como chegou a ser apontado. “Algumas pessoas chegaram a dizer que a discussão teria como pivô uma namorada, que eles teriam em comum. Esse fato está completamente descartado. O próprio autor falou que não tem nada a ver e que seria outra desavença, que a gente está apurando as razões dessa desavença”, afirmou.
Outra suspeita levantada é a de que os adolescentes estariam juntos utilizando algum tipo de droga. No entanto, de acordo com o delegado, ainda não é possível confirmar a situação.
“Até o momento, essa versão não se sustenta. O adolescente, no dia em que foi apreendido, foi submetido a exame toxicológico. Se ele usou algum tipo de substância entorpecente, vai aparecer no exame. Até lá, não se pode negar nem afirmar essa linha”, detalhou.
Dentro da mesma linha de investigação, informações apontam para o envolvimento dos dois jovens com o tráfico de drogas. Contudo, na avaliação do investigador, ainda também não é possível constatar em relação. Nenhum dos dois possuem registros na polícia.
“Todas as linhas de investigação estão sendo trabalhadas. O que se pode adiantar no momento é que nenhum deles tem nenhum boletim de ocorrência ou procedimento lavrado contra si aqui na Delegacia. A priori, nenhum dos dois tem envolvimento com o tráfico de drogas”, acrescentou.
Ainda sobre a adolescente que chegou a ser apontada como pivô da fúria do menor apreendido, o delegado contou que ela não foi ouvida. Porém, ele não descartou a possibilidade.
“Não tem nenhum indício que a coloque como pivô desse ato infracional. Por esse motivo, nós não intimamos nem ela nem seus pais, porque até o momento não faz sentido que ela compareça. Se em algum momento for determinado que ela possa ter algum envolvimento na motivação, induzimento, instigação ao ato, nós vamos intimar para que o fato fique esclarecido”, esclareceu.
O menor infrator segue apreendido. Ele está internado no Atendimento Socioeducativo Provisório, que fica ao lado da DEA, em Cidade da Esperança, zona Oeste de Natal. O prazo máximo para essa internação é inferior a dois meses.
“O adolescente fica internado pelo prazo máximo de 45 dias. Ele fica no atendimento socioeducativo provisório, que é administrado pela Fundase, e nesse período pretendemos concluir a investigação para remeter que esteja pronto para julgamento no prazo legal”, completou.
Em entrevista à TV Tropical, o pai de José Luiz Nascimento afirmou que o filho não tinha envolvimento com crime. Segundo ele, o menino gostava de namorar e se divertir. Além disso, era um garoto estudioso.
O crime aconteceu na tarde da última sexta-feira (07), no bairro das Quintas, na zona Oeste da capital potiguar. A vítima participava de um evento da Escola Municipal Ferreira Itajubá, que fica na mesma localidade, quando foi atacado. O ato era contra o racismo.