O Laboratório de Biologia Molecular e Genômica (LBMG) do Centro de Biociências (CB) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) recebeu, na manhã da segunda-feira, 14, a visita do senador Styvenson Valentim. Na ocasião, o parlamentar foi acompanhado pelo reitor José Daniel Diniz Melo e pela coordenadora do LBMG, Lucymara Fassarella Agnez-Lima, para conferir o funcionamento de dois equipamentos destinados à pesquisa na área da Genômica, que foram adquiridos com verba de emenda do senador.
A professora Lucymara Fassarella explicou que as metodologias de sequenciamento de DNA são utilizadas em pesquisas nas ciências da vida, como agropecuária, meio ambiente e microbiologia. “A partir do sequenciamento do genoma humano, as técnicas vêm tendo grande impacto na saúde humana, uma vez que o sequenciamento é uma importante estratégia de diagnóstico de doenças genéticas”. Nesse sentido, os equipamentos NextSeq 1000 e iSeq 100 – que obtém 400 milhões de sequências de cada vez e que gera em torno de 5 milhões de sequências de cada vez, respectivamente -, podem contribuir para o enfrentamento dessa demanda.
Utilizando técnicas de sequenciamento, Lucymara citou como exemplo uma descoberta recente realizada pelo LBMG, que identificou uma nova subespécie de bactéria. “Essa subespécie apresenta potencial biotecnológico para degradação de poluentes ambientais. Sequenciamos cerca de 60 genomas de bactérias, o que está permitindo descobertas de novas espécies com diferentes aplicações”, a cientista contou ainda que, em outra pesquisa, houve o sequenciamento de DNA e RNA em amostras de águas residuais, onde foram identificadas sequências de SARS-COV-2, correlacionadas a número de casos e regime de chuvas, o que pode contribuir para monitoramento de surtos de epidemias.
Diante da importância desses estudos e da necessidade de continuidade, a docente apresentou novas demandas ao senador Styvenson Valentim, solicitando recursos para o levantamento epidemiológico de doenças raras no Estado, visando identificar as variantes genéticas associadas à ocorrência dessas enfermidades. “A população do Estado do RN apresenta um alto grau de consanguinidade que, associado ao fenômeno de princípio fundador em comunidades pequenas, a caracteriza como um celeiro para ocorrência de variantes genéticas associadas a doenças raras”, Lucymara justificou que o diagnóstico e aconselhamento genético são quase inexistentes frente à carência de infraestrutura e de recursos humanos qualificados, sendo fundamental implementar pesquisas e serviços voltados às doenças raras prevalentes no estado.
“Para realização da pesquisa precisamos de suporte para compra de insumos. Os resultados a serem obtidos vão contribuir para o desenvolvimento de métodos de diagnóstico menos onerosos, aconselhamento genético, identificação de biomarcadores para prognóstico e tratamento adequado para os pacientes”, ressaltou a docente.
A compra dos dois equipamentos utilizados nessas pesquisas foi possível devido à destinação de uma emenda parlamentar, no valor de R$ 2 milhões, pelo senador Styvenson Valentim, o qual fez algumas perguntas sobre a utilização das máquinas, durante a visita ao LBMG, para compreender a relevância científica e o impacto na saúde pública. O senador também solicitou um relatório da Coordenação do Laboratório sobre as necessidades para continuidade das pesquisas científicas, para analisar futuros apoios.