A chegada da pandemia de covid-19 nos primeiros meses de 2020 acabou transformando produtos profissionais de proteção em artigos raros e caros. Muitos itens de EPI (Equipamento de Proteção Individual) hospitalar sumiram das lojas e deixaram especialmente os profissionais de saúde expostos a situações de risco por não contarem com os equipamentos em suas unidades de saúde. Com a urgência da situação, grupos da UFRN uniram esforços para tentar garantir a integridade de médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e profissionais de limpeza nos ambientes hospitalares, produzindo e distribuindo gratuitamente protetores faciais transparentes, também chamados de Face Shields.
A ação foi voluntária e reuniu estudantes, servidores e professores da universidade que, graças a doações individuais e arrecadação solidária entre parentes e amigos, compraram os insumos necessários para a confecção de milhares desses protetores faciais. As máquinas de impressão 3D e a fresa (máquina de corte) foram emprestadas pelo Laboratório de Maquetes e Protótipos do Departamento de Arquitetura, o Labmaq, para os voluntários que usavam as próprias casas como centro de produção.
Durante o ano de 2020, a iniciativa conseguiu produzir 6.680 protetores faciais que foram encaminhados para os hospitais da rede pública do Rio Grande do Norte, o que garantiu a proteção dos profissionais da linha de frente durante a pandemia. A máscara de proteção facial transparente é capaz de proteger o profissional de saúde de gotículas que podem atingir o rosto, sendo um acessório complementar ao uso da máscara PFF2 ou N95 e do óculos, que usados sozinhos ainda deixam partes das bochechas e testa do profissional exposta, facilitando a contaminação. O projeto teve à frente os professores Verner Monteiro e Hélio Takashi.