No coração do bairro João XXIII, em Caicó, uma ação cultural vai transformar a noite desta terça-feira, 17 de junho, em um momento de celebração da arte, da memória e das vivências populares. A partir das 20h, a Praça Elias de Brito Dantas, ao lado da Igreja de São João Batista, recebe o Cineclube “Meu Nome é Jone”, iniciativa que une jovens artistas, projetos comunitários e instituições públicas para exibir três curtas-metragens que retratam o cotidiano, as raízes e os personagens do bairro.
Antes mesmo da sessão começar, os muros e postes do João XXIII já respiravam arte: foram espalhados lambe-lambes e painéis informativos criados pelos próprios jovens da comunidade, convidando a população a participar do evento. É a arte como convite, como provocação e como ponto de encontro.
A programação do Cineclube apresenta três filmes com forte identidade local:
•“Vivo o Jone”, de Saionara Pavão, um retrato poético do João XXIII como território do brincar, do tradicional Bloco do Lixo, da sede da Irmandade do Rosário e do fazer artístico popular;
•“Possidônio”, de Igor Gomes, que documenta a trajetória de um mestre de cultura popular ligado ao grupo Negros do Rosário, ícone de resistência e ancestralidade no Seridó;
•“Pupá”, de Osani, que narra a vida de uma mulher seridoense marcada pela sabedoria dos lambedores, o ofício de cambista, e sua paixão pelas serestas e pelos rios da região.
O Cineclube integra o Projeto “Meu Nome é Jone”, cuja proposta é resgatar, valorizar e reinventar as expressões culturais do bairro por meio de ações colaborativas. A iniciativa conta com o apoio dos projetos “Fanáticos”, “Batalha do Branco”, “Bloco do Lixo”, da Escola Multicampi de Ciências Médicas da UFRN, artistas audiovisuais locais e das secretarias municipais SEMEC e SEMTHAS, por meio do CRAS Dona Vicência e do CREAS Sandra Fernandes.
Mais do que exibir filmes, o evento reafirma o papel da arte como ferramenta de transformação social. Ao ocupar o espaço público com cinema, memória e afeto, os organizadores reforçam o protagonismo da juventude e das tradições locais em uma nova forma de celebrar o padroeiro São João: com luz, tela e histórias que nascem das ruas do João XXIII.
