O protagonismo do RN na produção de energias renováveis e a contribuição para alcançar a meta estabelecida de reduzir em 37% a emissão dos gases do efeito estufa no Brasil até 2025, foi destaque no Seminário Transição Energética Justa Integrada à Natureza e Sociedade, aberto na manhã desta quarta-feira (28), no Centro de Convenções de Natal.
Organizado pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), o evento tem patrocínio de Banco do Nordeste, Governo Federal, Equinor, Nestlé, Vale, Eletrobras e Neoenergia, e com apoio institucional de ABEEólica, ABRACE, ABRAGE, Deep ESG, DevMedia, Fecomércio/RN, SESC e Globo.
“Um evento como esse é muito importante pela qualidade do debate, pela seriedade e representatividade dos seus atores, buscando cada vez mais evoluir e aproximar desse diálogo a iniciativa privada e a sociedade para que se possa dar conta do desafio que está colocado, que é a questão da descarbonização do planeta”, disse a governadora Fátima Bezerra durante a solenidade de abertura do seminário.
A chefe do executivo também apontou o quanto o Rio Grande do Norte está sensibilizado em sediar o evento. “O protagonismo do Rio Grande do Norte, nesse contexto da questão das energias renováveis, é, ainda, mais urgente e imperativa para o enfrentamento das mudanças climáticas”. Fátima Bezerra destacou que, atualmente, no Brasil existem 1075 Parques Eólicos. Destes, 971 estão na Região Nordeste e 304 no Rio Grande do Norte.
PROTAGONISMO
Para o secretário adjunto da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do RN, Hugo Fonseca, o seminário é mais uma oportunidade de o Rio Grande do Norte mostrar seu protagonismo na área das energias renováveis. “O ponto forte desse seminário é a liderança que o Estado tem e a contribuição que está dando para que o Brasil atinja as metas de redução das emissões de gases no efeito estufa”
Ainda de acordo com ele, o governo brasileiro assumiu o compromisso de redução de 37%, até 2025, e praticamente dobrou essa aposta, dizendo que o governo quer chegar a 43% de redução até 2030.
“Para descarbonizar a economia tem de se investir pesado em energias renováveis. É aí que entra o papel decisivo do Rio Grande do Norte, por sermos um ‘case’ de sucesso no Brasil e na América Latina, por termos conseguido, em pouco mais de 10 anos, sair de uma matriz que tinha dependência de combustíveis fósseis para uma matriz hoje praticamente 100% renovável”, afirmou Hugo Fonseca.
Hugo destacou ainda os investimentos feitos ao longo dos anos em empreendimentos de geração de energias eólica e fotovoltaica e lembrou que o RN está dando um passo adiante nesse processo. “Iniciamos com um novo setor, o de hidrogênio. O Rio Grande do Norte também saiu na frente com o primeiro contrato para comercialização, ou seja, o estado saiu na frente novamente com esse protagonismo, mas tem outras fontes, como a eólica offshore (no mar), também com o estado está desenvolvendo. Conseguimos isso por meio do conhecimento, do planejamento -. E não é um planejamento a curto prazo – mas de médio e longo prazo, que existe compromisso e política de estado.”
A presidente da CEDBS, Marina Grossi, esclareceu que o RN foi escolhido para dar início ao evento devido à possibilidade de endereçamento que o Estado e o país podem proporcionar ao mundo, tendo em vista a diversidade de recursos naturais. “Temos que buscar uma convergência nesse endereçamento. O Brasil tem várias soluções, desde empresas de eólica e outras de óleo e gás, fazendo iniciativas offshore. É isso que tem que ser endereçado ao mundo, as nossas riquezas, buscando uma convergência para esse assunto que vai ser cobrado do Brasil”.
“No RN, passamos, em 20 anos, de 1% da matriz elétrica brasileira para 15,9% para matriz renovável, eólica. Tem uma história que o Brasil construiu e essa região do Nordeste tem muito dessa entrega. Temos quase 50% de renovável, enquanto o mundo tem 20%. Nosso desafio é manter essa ambição de renovável, mas também aumentar e ser base para nossa neoindustrialização”, afirmou Marina Grossi.
CRESCIMENTO
O diretor de desenvolvimento do Banco do Nordeste, Aldemir Freire, disse que o BNB é um dos grandes atores do financiamento do movimento de geração de energia renovável brasileiro, já tendo investido na área mais de RS 40 bilhões. “A gente vê o Nordeste, e vê o Rio Grande do Norte como os principais motores do crescimento do país. Isto está dado”, afirmou. Contudo, advertiu que o Banco não almeja ser apenas um financiador. Para ele, o grande desafio da transição energética, é que ela seja inclusiva e transformadora. “É preciso diversificar a economia da região, torná-la mais complexa, agregar valor à produção local”, alertou.
Também participaram do Seminário o Vice-presidente de comercialização e soluções em energia da Eletrobrás, Ítalo Freitas, a vice-presidente da Neoenergia e Vice-chair UN Global Compact, Solange Ribeiro e a CEO da Equinor Brasil, Veronica Coelho.
REFERÊNCIA NACIONAL
O Rio Grande do Norte é atualmente referência nacional e internacional na transição energética, ao passar da dependência do petróleo para a liderança na geração a partir de fontes renováveis, sendo também responsável por aproximadamente 30% da capacidade de geração eólica do Brasil.
O estado tem pouco mais de 3,3 milhões de habitantes e consome, em média, 1 GW de energia, segundo a Cosern Neoenergia. Ou seja, somente o setor eólico potiguar pode produzir até 10 vezes o que o estado consome.
Pioneiro na geração comercial de energia a partir dos ventos no país, o primeiro empreendimento eólico do Rio Grande do Norte foi o parque construído pela Petrobras, destinado ao autoconsumo, em 2004, no município de Macau, a 188 km da capital.
HIDROGÊNIO VERDE
O Governo do Rio Grande do Norte assinou na quinta-feira (22/08) o primeiro contrato de comercialização de hidrogênio verde do país, com a CPFL Energia e a Mizu Cimentos, que prevê investimentos de R$ 40 milhões até 2030. O objetivo é impulsionar a produção e comercialização de hidrogênio verde, uma das mais promissoras fontes de energia limpa.
O protagonismo do RN na produção de energias renováveis e a contribuição para alcançar a meta estabelecida de reduzir em 37% a emissão dos gases do efeito estufa no Brasil até 2025, foi o destaque do Seminário Transição Energética Justa Integrada à Natureza e Sociedade, aberto na manhã desta quarta-feira (28), no Centro de Convenções de Natal.