Pais e alunos da Escola Estadual Ferreira Itajubá, em Neópolis, zona Sul de Natal, fizeram um protesto por causa do calor nas salas de aula da unidade. Sem aparelhos de ar-condicionado na unidade, os estudantes sofrem com as altas temperaturas diariamente. A reportagem da TV Tropical esteve no local e viu de perto o problema.
A escola funciona no regime de tempo integral, com aulas de manhã até o fim da tarde para os 90 estudantes matriculados em turmas da 1ª à 3ª série do Ensino Médio. Os ventiladores velhos não dão conta do calor.
“A gente vai muitas vezes para a quadra para ter as aulas porque a gente não aguenta o calor. Os pais, a direção sempre são prestativos, mas infelizmente eles não conseguem lutar só”, conta um estudante. “Eu fui uma aluna que precisei sair cedo. Minha pressão acabou baixando e eu vomitei devido ao calor excessivo na escola, sem climatização”, acrescentou outra.
A direção da unidade afirmou que já enviou ofícios para a Secretaria de Educação solicitando a instalação de 16 aparelhos de ar-condicionado e os pais fizeram até um abaixo-assinado pedindo a climatização da escola. No entanto, até o momento, nada mudou.
“Já fomos pelas vias legais, através de ofícios, desde 2019 os gestores procuram. No ano passado, eu fui pessoalmente na Direc. Eles mandam somente promessas. Vem a engenheira chefe, vem o engenheiro elétrico, mas a solução não é dada. Enquanto isso, eles estão tendo prejuízos educacionais. É uma luta muito desigual no Enem, pela questão de ambientes, por várias questões e ainda esse problema de sala de aula quente demais, profissionais adoecendo. A cozinha é quente que dá dó. Nós, mães, compramos um ventilador para elas, porque não tem climatização”, disse Joana d’Arc, mãe.
Durante o protesto, os estudantes utilizaram cartazes com palavras de protesto. Eles reivindicam o direito a uma estrutura de ensino de qualidade. Eles estão prestes a fazer o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), no final do ano. Porém, sem condições de competir com outros estudantes que não enfrentam problemas como esse.
“Infelizmente o rendimento cai muito relacionado a esse calor. É ruim para os alunos, para os professores, para as cozinheiras. Os ventiladores não são tão favoráveis assim”, relatou um estudante. “Muitas vezes a gente perde aula por causa disso. De manhã, umas 8h, dá para conseguir estudar. Quando passa das 9h até umas 16h é insuportável. Muitas vezes a gente sai da escola, da sala mesmo, e vai para casa porque o calor está insuportável”, acrescentou outro.
Durante o tempo que a reportagem da TV Tropical esteve na escola, uma aluna passol mal e precisou ser levada para casa. Ela tinha acabado de dizer ao repórter Lucas Costa que não estava se sentido bem. Revoltadas com a situação da escola, as mães cobram uma solução e fazem um convite às autoridades para irem à unidade para verem a realidade de perto.
“Eu quero trazer um convite à Excelentíssima governadora Fátima Bezerra e a senhora Socorro Batista para vir passar um momento, nesse horário, com os alunos da escola Ferreira Itajubá, em Neópolis. Eu faço esse desafio para elas”, pontuou Carmelita Medeiros, mãe de estudante.
Em nota, a Secretaria de Estado da Educação, da Cultura, do Esporte e do Lazer do Rio Grande do Norte (Seec-RN) se limitou a informar que “está sendo realizada pelo setor de engenharia, a avaliação técnica da atual rede elétrica da escola, para saber se ela comporta a utilização de aparelhos de ar condicionado nas salas de aulas”.
A pasta complementou frisando que “só depois dessa avaliação o projeto de climatização vai ser elaborado”, sem dar prazo para a resolução do problema.