Preocupação com pix aumenta por causa da alta no roubo de celulares

Segundo pesquisa realizada no ano passado pela consultoria em telecomunicações Mobile Time/Opinion Box, 35% dos brasileiros já tiveram o celular roubado ou furtado ao menos uma vez. Com a instituição do Pix, em novembro de 2020, outra preocupação ronda os brasileiros. Além do risco de perder o celular, os bandidos agora visam os dados financeiros, como as contas bancárias e transações online.

Essa foi uma preocupação da estudante de História Fernanda Costa, 20. No começo de junho, ela sofreu um arrastão na parada de ônibus do setor 2 da UFRN. Na ocasião, dois homens armados levaram os celulares das vítimas. Foi o quinto assalto que ela sofreu e perdeu o aparelho. No celular de Costa, estavam aplicativos de bancos com senhas e biometria. “E ainda bem que eles não pediram para eu desbloquear, porque eu sei que às vezes pedem”, relata. Ela diz que em seguida já entrou em contato com os bancos para desvincular as contas e alterar o acesso.

Professora do Departamento de Direito da UFRN e coordenadora do Grupo de Estudos do Direito Digital Público e Direitos Humanos (Gedi), Mariana de Siqueira enxerga uma “mudança de comportamento” na realização dos crimes.“Anteriormente, furto e roubo de celular se davam principalmente com o objetivo de venda posterior desse aparelho de modo ilegal. Hoje, o que parece importar é o fato do aparelho estar desbloqueado para permitir o acesso instantâneo aos aplicativos, especialmente aqueles que viabilizam transferência de valores”, opina. “Se eu tivesse que fazer até uma brincadeira, eu diria que o mais visado hoje é o usuário.”

Para Siqueira, a estratégia do celular reserva depende de como ele vai ser usado. “Se for um celular mais rudimentar, que você usa com outro chip para apenas se comunicar fazendo ligações, talvez seja uma saída interessante”, afirma. “Mas se você tem um outro aparelho e acaba fazendo dele os usos que você faz no seu aparelho comum, acessando uma série de aplicativos que envolvem inclusive movimentação financeira, não é uma estratégia interessante para blindagem.”

Tribuna do Norte

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *