O papa Francisco atribuiu neste domingo (23), pela primeira vez, os ministérios leigos da Igreja Católica Romana de Leitorado e Catequismo a mulheres, cargos que muitas haviam ocupado sem reconhecimento institucional.
Ele conferiu os ministérios em uma missa na Basílica de São Pedro, onde, em uma aparente referência à resistência às mudanças de muitos conservadores, criticou aqueles que precisam de regulamentos rígidos e “mais regras” para encontrar Deus.
Ano passado, o pontífice mudou a lei da Igreja para os ministérios de Leitorado e Acolitado, que no geral eram reservados a seminaristas se preparando para o sacerdócio, dizendo que queria trazer estabilidade e reconhecimento público às mulheres que já executavam os papéis.
Entre as funções desempenhadas, os leitores leem as escrituras, acólitos servem na missa e catequistas ensinam os dogmas e princípios da religião para crianças e adultos convertidos.
Vale ressaltar que os ministérios de Leitorado e Acolitado existiam anteriormente, mas eram oficialmente reservados aos homens. Francisco instituiu o ministério de Catequismo ano passado.
Na missa deste domingo (23), o papa atribuiu a seis mulheres e dois homens a função de leitores e a três mulheres e cinco homens o cargo de catequistas. Francisco deu uma bíblia para cada leitor e um crucifixo para cada catequista.
A formalização, incluindo uma cerimônia de atribuição, tornará mais difícil que bispos conservadores impeçam mulheres em suas dioceses de assumir esses cargos.
A mudança será especialmente importante como um reconhecimento para mulheres em locais como a Amazônia, onde muitas são de fato líderes religiosas em comunidades remotas que sofrem com uma grave escassez de padres.
No entanto, o Vaticano ressaltou que os cargos não representam um passo para que um dia as mulheres possam se tornar padres. A Igreja Católica ensina que apenas homens podem ser padres porque Jesus escolheu apenas homens como seus apóstolos.