ONU retoma nesta terça (1º) assembleia emergencial que discute punição à Rússia

A Organização das Nações Unidas (ONU) retoma, nesta terça-feira (1º/3), a rara Assembleia Geral de emergência convocada para discutir possíveis punições contra a Rússia pela invasão e bombardeios à Ucrânia.

Com 110 países inscritos para discursarem, o encontro parou na 45ª fala na noite de segunda-feira (28/2). O embaixador do Chile foi o último a dar declarações.

Nesta terça-feira, a sessão será retomada com a manifestação do Paraguai. O embaixador dos Estados Unidos será o 102º a subir ao púlpito.

A Ucrânia vive o sexto dia de ataques. Kiev, capital e coração do poder, e Kharkiv, segunda maior cidade ucraniana, estão sob fortes bombardeios. Civis foram alvejados por tropas russas.

Os representantes diplomáticos se reuniram durante a segunda-feira na sede da ONU, em Nova York, após um revés contra a Rússia no Conselho de Segurança.

Ucrânia e Rússia trocam acusações

O embaixador da Ucrânia na ONU, Sergiy Kyslytsya, acusou a Rússia de cometer crimes de guerra durante os combates. Segundo ele, civis, hospitais, escolas, orfanatos e até ambulâncias foram alvos das tropas russas.

“Os conflitos têm paralelos que podem ser feitos com a 2ª Guerra Mundial. A Rússia comete crimes de guerra”, afirmou o diplomata ucraniano. Segundo ele, são ao menos 5 mil mortos, entre civis e soldados.

Kyslytsya afirmou que a ONU precisa conter a ações de Putin. “Temos que exigir que as forças russas saiam imediatamente da Ucrânia”, argumentou. “O momento de agir é agora. Se a Ucrânia não sobreviver, a paz mundial não sobreviverá. Não se iludam”, acrescentou.

O embaixador pediu também a punição de Belarus. O país comandado pelo ditador Aleksandr Lukashenko também fez ataques à Ucrânia e cedeu a fronteira para a invasão russa.

Rússia tem outro prisma

O embaixador da Rússia na ONU, Vasily Nebenzya, falou logo após o diplomata ucraniano. Ele rebateu as falas do homólogo, defendeu o prisma russo da situação e disse que há uma guerra de informação contra o país.

Segundo ele, o conflito começou após “sabotagens” ucranianas a acordos entre os dois países. “A Ucrânia está pedindo sua adesão à Otan rompendo [leis da ONU] e colocando a Rússia em risco”, resumiu. Ele acrescentou: “A operação da Rússia exerce o direito pela autodefesa.”

Para Nebenzya, o “Ocidente tem incitado os ucranianos”. “Pedidos que a Ucrânia não entrasse na Otan. Estendemos a nossa mão, mas fomos ignorados”, reclamou.

Metrópoles

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *