Nove militares lotados no Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República prestaram depoimento à Polícia Federal nesse domingo (23). Eles aparecem nas gravações das câmeras de segurança do Palácio do Planalto feitas durante os ataques do dia 8 de janeiro.
Os nomes dos servidores não foram divulgados, mas a identificação deles foi passada à PF pelo ministro interino do GSI, Ricardo Capelli, que substituiu Gonçalves Dias após seu pedido de demissão na semana passada. Dias também aparece nas imagens e a PF está apurando a conduta dele e dos outros militares durante o ataque.
A determinação para tomada dos depoimentos em até 48 horas foi do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, relator das investigações sobre os atos golpistas. Moraes também determinou a quebra do sigilo das filmagens, que já estão sendo investigadas em uma sindicância aberta pelo próprio GSI contra os envolvidos.
Depois da quebra do sigilo, o Gabinete de Segurança Institucional também disponibilizou as 160 horas de gravação em um arquivo público que pode ser baixado por qualquer pessoa a partir do site da Presidência da República. Em uma publicação no twitter, nesse domingo, Ricardo Capelli defendeu o ex-ministro do GSI de uma suposta manipulação das cenas captadas. Em breve pronunciamento, ele afirmou que sabe o que viu e ouviu no comando das tropas no dia 8 de janeiro, como interventor federal na Segurança Pública do Distrito Federal.
Capeli declarou que não é possível falsificar os fatos, criando uma narrativa a-histórica e que se há um general conspirador e golpista, certamente não é o honrado Gonçalves Dias. O ministro da Justiça Flavio Dino usou sua rede social para falar sobre o assunto e disse que os “valentes fakes” planejaram, incitaram, conspiraram, financiaram, jogaram pedras e esconderam as mãos sujas. E que ainda tem a petulância de apontar tais dedos sujos para as vítimas dos crimes, completou o ministro.