Livro de professor do Ceres explora a arte de pessoas surdas

Mãos: instrumentos de trabalho, de proteção e de carinho. São usadas todos os dias, em todos os momentos, mas nunca paramos para pensar o que elas representam para a comunidade não-ouvinte. Para as pessoas surdas, as mãos são muito mais do que ferramentas, são o principal meio de comunicação. A relação entre essas duas realidades é o tema explorado no livro Arte Surda: Mãos, Lutas e (Re)Existência, de Ronny Diogenes Menezes, professor do Centro Superior de Ensino do Seridó (Ceres).O livro é fruto de anos de pesquisas na área. Ronny começou a estudar a realidade surda durante o mestrado, inspirado pela arte produzida pela comunidade. “Ao olhar de perto para essas artes eu tive o desejo de me aprofundar no estudo delas”, explica. As pesquisas do docente focam em como as mãos dos ouvintes dialogam com as mãos retratadas nas artes surdas.

Segundo Ronny, suas experiências no Ceres foram essenciais para a escrita do livro. O professor cita os grupos de pesquisa Laboratório de Educação, Novas Tecnologias e Estudo Étnico-Raciais (Lente) e Cognição, Aprendizagem e Inclusão (GPCAI) como fatores que ampliaram sua visão sobre arte e decolonialidade. Além disso, projetos de extensão como o Tandem Libras/Português: Um Guia Prático também contribuíram. “Essa interação colaborativa foi crucial para o desenvolvimento do trabalho”, declara.

Língua Brasileira de Sinais (Libras). Foto: Freepik

A obra aborda a manifestação política das mãos e como sua representação na arte reflete a exclusão das pessoas surdas. “Nesse tempo ficou claro pra mim como as mãos sempre estão presentes nas artes que eles produzem e circulam, na maioria das vezes, apenas dentro da comunidade surda”, explica Ronny.

O livro foi lançado em junho de 2024 e está disponível como ebook na Amazon. Em breve, exemplares físicos estarão disponíveis na biblioteca do Ceres.

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