O Carnatal, realizado de 9 a 12 de dezembro, não provocou aumento no número de casos de covid-19 no Rio Grande do Norte. A conclusão é do Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (LAIS/UFRN), que divulgou um relatório sobre a situação da pandemia no estado.
“10 dias após o início do Carnatal, maior carnaval fora de época do Brasil, os dados epidemiológicos e assistenciais do RN relacionados à covid-19 se mantiveram estáveis e em tendência de queda. Neste contexto, e ainda de forma preliminar, não se observou impacto negativo do Carnatal sobre a rede assistencial do estado”, afirmou o documento.
A realização da micareta foi alvo de polêmicas dada a preocupação com o possível aumento de casos. No entanto, o Lais reforça que os dados de antes e depois da festa são semelhantes.
“Não há registro de aumento dos casos e nem de internações por covid-19, portanto, mantém-se o mesmo comportamento observado no final do mês de novembro e início do mês de dezembro de 2021 (antes do Carnatal)”, apontou.
O relatório compara ainda os períodos após o Carnatal, neste ano, e após a campanha eleitoral de 2020. “É importante ressaltar ainda que, em 2020, durante a última semana do processo eleitoral, os indicadores já apontavam um possível descontrole da transmissibilidade (Rt). Deste modo, caso houvesse aumento significativo do adoecimento por covid-19 devido ao Carnatal, e pela experiência anterior na análise desses dados, a essa altura os sinais de aumento já estariam se manifestando”, explicou.
Por outro lado, o laboratório se mostrou precavido quanto aos dados atuais. “Todavia, ainda é necessário ter cautela e continuar o monitoramento, antes de ter uma análise mais conclusiva sobre esse ponto”, finalizou.
Ponto que preocupa
De acordo com o relatório do Lais, a baixa cobertura vacinal contra a influenza é um fator preocupante que corre em paralelo à pandemia de covid-19. “Poderá resultar no aumento do número de casos de gripe comum ao longo das próximas semanas”, apontou.
O laboratório alerta ainda que a doença pode causar problemas para as redes de atenção à saúde do estado. “Tal aspecto poderá ser mitigado caso as campanhas de imunização contra a influenza logrem êxito no RN, assim como a da covid-19. Por isso, é necessário e urgente que o estado dê publicidade a cobertura vacinal contra a influenza”, acrescentou.