A pandemia da covid-19 provocou inúmeras mudanças na rotina de trabalho, a exemplo da implantação do home office, ou seja, criar uma estrutura no ambiente doméstico para trabalhar. Com isso, as rotinas precisaram ser remodeladas e houve a necessidade de adaptação a uma nova forma de trabalho. Refletir sobre essas mudanças e ainda como investir em saúde mental do trabalhador é a temática do vídeo divulgado nesta segunda-feira, 24, pelo projeto de extensão Janeiro Branco na UFRN, com apresentação da psicóloga Shirley Magnólia Baumgartner Câmara de Oliveira.
Para ela, a pandemia afetou significativamente a saúde do trabalhador, em especial a saúde mental. “Nossas rotinas precisaram ser adaptadas, ficamos isolados, com os familiares que convivem conosco, usando o mesmo espaço. Quem tinha filho na escola, passou a tê-lo estudando em casa”, coloca. Shirley aponta que a casa, que era o lugar de descanso, sagrado, precisou também ser adaptada para ser lugar de trabalho, e toda essa mudança e necessidade de adaptação deixou muita gente exausta e muitos adoeceram física e mentalmente.
Diante disso, coloca que, um alerta foi acionado e as instituições e as empresas começaram a perceber a importância de promover o bem-estar, a segurança e a qualidade de vida dos funcionários. “É necessário cuidar do nosso patrimônio humano e, com isso, também a Instituição consegue alcançar diversos benefícios”, ressalta.
Para as empresas, a dica no vídeo da campanha é que sejam adotadas atitudes e ações de intervenção que ajudem a proporcionar um ambiente mais saudável, o que vai contribuir na saúde e bem-estar dos trabalhadores. Isso porque, destaca ela, os trabalhadores saudáveis produzem mais e geram melhores resultados, a equipe trabalha motivada e engajada, elevando assim o bem-estar do indivíduo. Quanto ao trabalhador, a psicóloga dá algumas sugestões de como investir no bem-estar, a exemplo de realizar atividades físicas, ter uma alimentação saudável e buscar momentos para si mesmo, procurando fazer atividades que lhe dê satisfação.
Shirley coloca que a campanha do Janeiro Branco convida a não só refletir, mas também a falar sobre Saúde Mental. “Precisamos estar bem para produzir melhor, para poder ter relacionamentos saudáveis, para nos sentir bem, para sermos felizes”, enfatiza. Para ela, ao tratar de saúde mental, é preciso visualizar o indivíduo de forma completa. Quando fazemos isso, acrescenta, tratamos diversos aspectos que influenciam, também, a relação da pessoa com o seu trabalho.
Shirley Magnólia é Especialista em Psicologia Positiva: Ciência do Bem-estar e Autorealização e ainda em Psicologia Clínica, com formação em Terapia Cognitivo Comportamental (TCC). Atua como supervisora da Seção de Saúde e Qualidade de Vida, faz parte do Laboratório de Desenvolvimento Humano da Justiça Federal do RN e é membro da Comissão de Avaliação Psicológica do Conselho Regional de Psicologia (CRP).
Em sua sétima edição, a campanha Janeiro Branco na UFRN é promovida por meio de um projeto de extensão fruto de uma parceria entre o Sepa, a Diretoria de Atenção à Saúde do Servidor (DAS) da Progesp, Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi (Facisa) e do Instituto do Envelhecer (IEN).
Com vídeos voltados para discutir a saúde mental e emocional, a campanha acontecerá até o dia 31 de janeiro, com publicações no Instagram do projeto. Nesta terça-feira, 25, o tema abordado será Criatividade e Saúde Mental, com reflexões trazidas por Daiane Golbert, que atua como pesquisadora colaboradora no Instituto do Cérebro da UFRN, estudando sobre as bases neurocientíficas do sono, memória, aprendizagem e criatividade.
