O Rio Grande do Norte está consolidado como um dos maiores produtores de energia renovável do País. A potência instalada atualmente é de 24,6 gigawatts (GW). Os dados estão na nova edição dos boletins do setor energético potiguar, publicados nesta sexta-feira (26) pela Secretaria do Desenvolvimento Econômico do Rio Grande do Norte.
De acordo com o estudo realizado pela Coordenadoria de Desenvolvimento Energético, a matriz elétrica do Estado é composta predominantemente por fontes renováveis, que correspondem a 98% do total de recursos energéticos. Apenas 2% é proveniente de fontes não renováveis.
Além disso, o Rio Grande do Norte apresenta um perfil bem diversificado de produção de energias. Ao todo, o estado conta com 681 empreendimentos comercializados e outorgados. A fonte eólica lidera, com 385 usinas no total, o que representa 56,5% dos empreendimentos com potência outorgada no estado.
Em segundo lugar está a energia solar, de acordo com o estudo, com 259 empreendimentos, representando 38% da matriz. Ainda no setor renovável, o informativo registra dois empreendimentos de biomassa e um empreendimento hídrico. Além disso, há ainda 34 usinas de energia fóssil, uma fonte não renovável de energia.
A produção energética ocupa boa parte do território potiguar, de acordo com o informativo. Em 2023, o município de Assu somou o maior número de empreendimentos com potência outorgada, com um total de 90 usinas. Em segundo lugar, com 54 empreendimentos, está o município de Serra do Mel.
Em termos de investimentos no Rio Grande do Norte, as energias renováveis representaram R$ 22,5 bilhões em 2023. Deste total, a energia solar somou R$ 17,1 bilhões e a eólica ficou com R$ 5,4 bilhões.
Crescimento da energia solar
O relatório elaborado pela Sedec aponta para um crescimento expressivo da energia solar em todo o estado. No período entre 2021 e 2023, houve aumento 333% no total de projetos fotovoltaicos outorgados.
Um dos destaques do setor de energia fotovoltaica deste ano é o segmento de geração distribuída — quando a energia elétrica é gerada no local do consumo ou em outro local desde que na mesma área de concessão da distribuidora. Em 2023, a geração distribuída foi responsável pelo incremento de 18.353 novos sistemas de placas fotovoltaica conectados à rede elétrica da distribuidora de energia do estado.
O relatório mostra que a classe de consumo com o maior número de projetos é a residencial, a qual concentrou 83% de todos os sistemas instalados no ano passado.
Produção de petróleo e gás natural
A Sedec também divulgou dados sobre a produção onshore (em terra) de petróleo e gás. Em 2023, a produção anual foi de 9,9 milhões de barris de petróleo (bbl/ano) e de 311.126 milímetros cúbicos de gás (Mm³/ano).
Em relação à produção de gás natural onshore, o levantamento observou aumento de 72% em um período de 8 anos, com um adicional de 11% entre 2022 e 2023. Os campos onshore mais produtivos em 2023 foram Canto do Amaro (21%), Estreito (16%), Alto do Rodrigues (8%), e Salina Cristal (6%).
No entanto, a produção de petróleo acumulada (onshore e offshore) registrou redução de 9% em 2023, ao se comparar com 2022. Quanto ao gás natural, houve uma redução de 9% ao longo dos últimos 8 anos, exceto em 2023, que apresentou um aumento de 5% na produção.
Um fator relevante para a redução, de acordo com o levantamento, foi o processo de desinvestimento da Petrobras na produção de petróleo e gás no estado. Até 2016, a empresa detinha 97% da produção de petróleo. Ao final de 2023 a Petrobras representava apenas 20% do setor.
O boletim aponta para a chegada de produtores independentes, hoje são oito empresas atuando no Rio Grande do Norte. A 3R Petroleum representa 43,83% da produção onshore de petróleo, seguida pela Potiguar E&P S.A., que detém 34,46%. A seguir, a Mandacaru Energia, a Níon Energia e a Phoenix Óleo & Gás contam com 0.99%, 0.49% e 0.11%, respectivamente. Petrosynergy, Petro-Victory, e Imetame também desempenharam de exploração.
Ainda segundo o informativo energético, a empresa 3R Petroleum — companhia que adquiriu o Polo Potiguar em 2023 — responde hoje por 93% da produção offshore (no mar) de petróleo e 13% da produção de gás natural. Em 2023, a participação da empresa na produção offshore apresentou alta 35% em relação a 2020.
O informativo também sinaliza para a reinserção da Petrobras no estado através da prospecção de novas áreas em águas profundas denominada de “Margem Equatorial”. De acordo com informações da companhia, os investimentos na área de exploração entre o Rio Grande do Norte e o estado do Amazonas deve receber até 1,09 bilhão de dólares este ano, o equivalente a R$ 5,44 bilhões na cotação atual.
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