A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira (25), a Operação Vigilância Aproximada para investigar uma organização que se instalou na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) com o intuito de monitorar ilegalmente autoridades públicas e outras pessoas, utilizando-se de ferramentas de geolocalização de dispositivos móveis sem a devida autorização judicial.
Entre os alvos está o ex-diretor da Abin e atual deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), que estava a frente da agência no governo Jair Bolsonaro.
As investigações apuram se o órgão monitorou os ministros Gilmar Mendes e Alexandre de Morais, do Supremo Tribunal Federal (STF), ex-governador do Ceará e atual ministro da Educação do Governo Lula, Camilo Santana e o ex-presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia.
Policiais federais cumprem 21 mandados de busca e apreensão, além de medidas cautelares diversas da prisão, incluindo a suspensão imediata do exercício das funções públicas de sete policiais federais. As diligências de busca e apreensão ocorrem com 18 mandados em Brasília (DF), um Juiz de Fora (MG), um São João Del Rei (MG) e um Rio de Janeiro (RJ).
A operação é uma continuação das investigações da Operação Última Milha, deflagrada em 20/10/2023. As provas obtidas a partir das diligências executadas pela Polícia Federal à época indicam que o grupo criminoso criou uma estrutura paralela na ABIN e utilizou ferramentas e serviços daquela agência de inteligência do Estado para ações ilícitas, produzindo informações para uso político e midiático, para a obtenção de proveitos pessoais e até mesmo para interferir em investigações da Polícia Federal.
Os investigados podem responder, na medida de suas responsabilidades, pelos crimes de invasão de dispositivo informático alheio, organização criminosa e interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei.