Sessenta porcento dos brasileiros sonhavam em ter o próprio negócio no ano passado. O índice do desejo de empreender foi recorde, depois de uma queda em 2021, quando um pouco mais de 45% tinham esse sonho.
Se compararmos 2022 com 2017, o percentual mais que triplicou. Os dados são do Monitor Global de Empreendedorismo, que é feito há 23 anos pelo Sebrae, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, e pela Anegepe, a Associação Nacional de Estudos em Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas.
A pesquisa mostra que em 2022 quase 70% da população brasileira adulta, de 18 a 64 anos, estava envolvida com empreendedorismo.
Eram 51 milhões de potenciais empreendedores, ou seja, querendo ter o próprio negócio em três anos, e 42 milhões de empresários já na ativa.
Os números, segundo o Sebrae, são positivos porque as micro e pequenas empresas respondem por 85% da empregabilidade no país. Mas, mostram também desafios, como a informalidade, de acordo com o presidente do Sebrae, Décio Lima.
A pesquisa analisou 49 países, como Estados Unidos, China, África do Sul e Chile. E o Brasil ficou com a 2ª maior taxa de potenciais empreendedores, ficando só atrás do Panamá.
O resultado mostra que é preciso trabalhar mais com o empreendedor, desde o MEI, o microempreendedor individual, até as pequenas empresas. É a avaliação de Bruno Quick, diretor técnico do Sebrae.
A pesquisa também mostrou que as empresas com mais de três anos e meio na ativa aumentaram. E houve redução do número de empresários iniciais por necessidade.
De acordo com o Sebrae, isso significa que a qualidade do empreendedorismo no Brasil melhorou e que a crise econômica provocada pela covid-19 começou a ficar para trás.