A iniciativa do Cadastro Positivo com adesão automática, adotada desde 2019, tem sido um importante instrumento para melhorar o ambiente de negócios para as micro e pequenas empresas. A promoção de um banco de dados com o histórico do comportamento financeiro dos bons pagadores tem ajudado tanto na ampliação do acesso ao mercado de crédito como em melhores condições com taxas de juros mais adequadas.
Dados divulgados pelo Banco Central apontam que nos últimos dois anos, o Cadastro Positivo conseguiu reduzir a taxa de juros praticada em operações de crédito, alcançando, em média, uma queda de 10,4% para o crédito pessoal não consignado para novos tomadores.
Na avaliação do analista de Capitalização e Serviços Financeiros do Sebrae, Giovanni Beviláqua, a maior transparência e a disponibilidade desse tipo de informação contribui para uma melhor avaliação de risco dos pequenos negócios. “Uma vez que as instituições financeiras tiveram acesso a um maior conjunto de informações de qualidade para fazerem análises de risco, observamos empresas que se beneficiaram com a queda da taxa de juros e um maior percentual de instituições focadas nas MPE que pretendem usar o Cadastro Positivo”, declarou.
De acordo com o relatório do Banco Central sobre efeitos do Cadastro Positivo, no segmento de crédito às MPE, 88% das instituições mostraram interesse no uso destas informações. “Esse é um percentual muito significativo, pois demonstra que as informações contidas no Cadastro Positivo são efetivamente utilizadas e trazem benefícios para as instituições financeiras, permitindo maior conhecimento do comportamento financeiro das empresas, mitigação de riscos, adequação de taxas de juros de acordo com o perfil das empresas, bem como maior abertura para o crédito”, explicou o analista.
Nos últimos dois anos, em torno de 100 milhões de consumidores e empresas foram incluídas no Cadastro Positivo com adesão automática, o que representa um aumento de 15 vezes no número de cadastros, segundo dados do Banco Central. Em termos de melhora na nota de crédito entre as empresas, 30% se beneficiaram com a migração para faixas de menor risco, possibilitando maior acesso ao crédito e menores taxas de juros.
O analista destaca ainda a importância de os donos de pequenos negócios ficarem atentos à gestão financeira das empresas com um bom controle das informações financeiras e contábeis. “Além de ajudar na hora de conseguir um financiamento melhor, esse conjunto de informações é muito relevante para que o próprio empresário conheça a fundo o seu negócio e avalie corretamente a necessidade de obtenção de crédito, alteração de processos produtivos internos, bem como o controle dos custos, entre outros”, recomendou.