Apoiada no compromisso de contribuir para a inovação dos serviços de saúde e melhoria progressiva da qualidade de vida da população, a Escola Multicampi de Ciências Médicas (EMCM/UFRN) forma médicos que atuam diretamente na rede de saúde do interior do estado e de regiões próximas. Ligada ao Programa Mais Médicos (PMM), a Instituição foi fundada em 2014 e já formou 155 profissionais e a maioria desses egressos continuam prestando serviços, principalmente à comunidade seridoense.
A Multicampi busca formar profissionais para atuar particularmente no contexto rural e fora dos grandes centros urbanos, a fim de valorizar as necessidades de saúde da população. A Instituição é considerada a primeira faculdade de medicina do país a receber a certificação internacional Social Accountability, responsável por reconhecer o trabalho desenvolvido por instituições de saúde que contribuem para promover o desenvolvimento da sociedade local.
Raphael Botêlho, diretor do centro acadêmico da Escola Multicampi, afirma que, após o último levantamento, realizado neste ano na Instituição, cerca de 70% dos médicos formados pela EMCM estão trabalhando no interior. Ele comenta ainda que, desses, aproximadamente 42% permanecem na região do Seridó e cerca de 27% prestam serviço no interior de seus respectivos estados. “O curso conta com alunos que vêm de outros estados e retornam para as suas casas ao final da graduação, no entanto, mesmo após a conclusão, seguem atuando no interior”, pontua.
O diretor do centro acadêmico comenta acerca dos fatores que favorecem a permanência dos egressos no Seridó e em regiões próximas. “O conhecimento do local, a formação adequada de um curso no interior e programas de especialização já enraizados na região tornam-se significativos para essa manutenção”, explica. Raphael salienta também que, durante os seis anos do curso de Medicina, os estudantes são imersos na realidade seridoense. “Estar próximo de uma população simpática, que nos recebe em casa e muitas vezes nos considera como parentes próximos, é gratificante. Confesso que esse comportamento é desde o período da graduação”, ressalta.
Medicina humanizada
Com a fixação dos profissionais de saúde qualificados no interior, já é possível acompanhar uma nítida mudança na realidade. Raphael Botêlho explica que, durante muitos anos no Seridó, houve escassez de profissionais de saúde, em especial de médicos, os quais, na maioria das vezes, deslocavam-se aos grandes centros para se especializarem e não retornavam.
“Contribuir com a prestação do serviço no Seridó, por exemplo, é uma gesto extremamente positivo e que facilita o acesso à saúde por parte da população. A medicina lida diretamente com a vida das pessoas e está intimamente relacionada em garantir qualidade de vida para a comunidade. Essa missão não é fácil e exige bastante do profissional de saúde”, observa o diretor do centro acadêmico da EMCM.
A Instituição tem a contribuição de professores especialistas em variadas áreas da medicina, a fim de garantir uma grade curricular completa para a formação de profissionais médicos de excelência. A unidade atua, também, em uma metodologia ativa, em que o aluno torna-se o responsável pelo próprio aprendizado e os docentes entram nesse contexto para aperfeiçoar os conhecimentos.
O diretor do centro acadêmico destaca, além disso, que o curso da Multicampi se motiva de forma enfática para os rumos da medicina humanizada: “profissionais que atendam os anseios da população, que se comunicam com diferentes perfis de paciente e se empenhem em promover saúde pensando na coletividade. Há, ainda, uma parceria com os demais profissionais da saúde do município de Caicó, além dos residentes da residência multiprofissional, também vinculada à Multicampi. Essas são algumas razões que contribuem para a formação dos futuros profissionais médicos qualificados”, ressalta Raphael Botêlho.