O discurso do governo Lula de reinserir o Brasil no cenário internacional e de tentar promover uma série de viagens ao exterior alegando esse fim tem incomodado membros da equipe econômica do governo de Bolsonaro.
De acordo com o Estadão Conteúdo, o deslocamento de uma comitiva presidencial que estava previsto para a China neste final de semana foi adiado por recomendação médica ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas o chefe do Executivo não esconde seu desejo de ter um protagonismo global – não apenas na área econômica, como também em assuntos geopolíticos, como a tentativa de selar um acordo paz entre Ucrânia e Rússia.
Na semana que o ex-presidente Jair Bolsonaro anunciou que voltará ao Brasil, integrantes da ala econômica de seu governo dispararam uma lista de 22 itens por WhastsApp para rebater o “suposto isolamento internacional do Brasil entre 2019-2022”.
Os dados, segundo o texto, foram compilados a partir de estatísticas da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), do Banco Mundial e do então Ministério da Economia do Brasil.
Veja abaixo a lista com os pontos defendidos pela equipe econômica do governo anterior:
1. O Brasil foi o quarto maior destino de investimento estrangeiro direto (IED) em 2021 segundo a OCDE.
2. O Brasil foi o maior destino de investimento estrangeiro direto (IED) como proporção do PIB em 2021, consideradas as 15 maiores economias do ranking do Banco Mundial.
3. Em 2022, o Brasil se consolida como quarto maior destino de IED e maior destino como proporção do PIB, com base em dados da OCDE.
4. A OCDE formalizou o processo de acessão do Brasil à Organização em 2022.
5. O Brasil é o único país a integrar o G20, o BRICS e em processo de ingresso à OCDE.
6. De 2019 a 2022, Brasil concluiu 15 acordos de comércio internacional.
7. Em 2019, o Brasil liderou a conclusão do acordo Mercosul-União Europeia, maior tratado entre blocos econômicos da história do comércio internacional.
8. Em 2019, o Brasil liderou a conclusão do acordo Mercosul-EFTA, a área de livre comércio que reúne os países mais ricos da Europa fora da zona do euro.
9. De 2003 a 2018, o Brasil concluiu 17 acordos, todos de abrangência menor do que os dos últimos 3 anos e meio.
10. De 2018 a 2021, o Brasil é a economia dentre os países do G20 que mais aumentou a participação do comércio exterior (exportações + importações) como porcentual do PIB.
11. Em 2021, o comércio exterior brasileiro atingiu recorde sobre PIB. A soma de exportações e importações chegou a 39% do PIB, maior patamar da série histórica iniciada pelo Banco Mundial em 1960.
12. Em 2021, a corrente de comércio brasileira (exportações + importações) foi de meio trilhão de dólares. Recorde histórico.
13. Em 2021, as exportações brasileiras foram de US$ 280,4 bilhões. Recorde histórico.
14. Em 2021, o superávit comercial brasileiro (exportações – importações) foi de US$ 61 bilhões. Recorde histórico.
15. De janeiro a agosto de 2022, as exportações brasileiras somaram US$ 225,1 bilhões, recorde histórico para o período.
16. De janeiro a agosto de 2002, a corrente de comércio exterior (exportações + importações) de janeiro a agosto 2022 é de US$ 407 bilhões, recorde histórico para o período.
17. O Brasil é o país ocidental que apresenta o maior superávit em seu comércio bilateral com a China.
18. Nos últimos três anos e meio o Brasil obteve superávit comercial com a China superior ao acumulado durante os 16 anos de governos anteriores.
19. Comparado com os números de 2018, em 2021 o Brasil teve crescimento em sua corrente comercial com União Europeia, EUA, países da ASEAN e do Oriente Médio.
20. Na comparação entre janeiro-agosto de 2022/2021, dos 20 principais destinos de exportação do Brasil, houve crescimento nas transações para 19, sendo que 17 tiveram crescimento de dois dígitos.
21. Superávit comercial médio mensal nos governos brasileiros de 2003-2018 foi de US$ 2,28 bilhões. Superávit comercial médio mensal de janeiro de 2019 a julho de 2022:US$ 4,35 bilhões.
22. De janeiro de 2019 a agosto de 2022, o superávit comercial acumulado do Brasil chegou a US$ 191 bilhões. O valor é equivalente a R$ 1 trilhão.