Dia Mundial de Combate ao Câncer: “Precisamos promover cultura de check-up oncológico anual”, diz especialista

Este sábado, 8 de abril, marca o Dia Mundial de Combate ao Câncer, doença cujo Instituto Nacional do Câncer (INCA) projeta 704 mil novos casos no Brasil, para cada ano do triênio 2023-2025. Ao todo foram estimadas as ocorrências para 21 tipos de câncer mais incidentes no País, sendo o tumor maligno de pele não melanoma o mais incidente (31,3% do total de casos), seguido pelos tumores de mama (10,5%), próstata (10,2%), cólon e reto (6,5%), pulmão (4,6%) e estômago (3,1%).

De acordo com o médico oncologista do Hospital Universitário Onofre Lopes (Huol-UFRN), Thiago Rego, “o Brasil carece de uma cultura das pessoas realizarem um check-up oncológico anual, assim como é feito em outras especialidades – o sistema de saúde evita tratar desse assunto, pela dificuldade de acesso e a população em geral desconhece essa possibilidade, de anualmente buscar um oncologista assim como se procuram cardiologistas, ginecologistas, urologistas e encodrinos, por exemplo”, destaca o especialista.

“A consagração das campanhas como o outubro rosa e o novembro azul foram importantes avanças na informação da sociedade, sobretudo na conscientização do quanto o diagnóstico precoce é decisivo no tratamento eficaz de qualquer tipo de câncer. Agora, precisamos de um novo passo, mais abrangente que a identificação de alertas pelo autoexame ou pela manifestação de algum sintoma – que seria desenvolver o hábito da prevenção especializada, com um protocolo de check-up aplicado por médico visando a melhor cobertura possível de rastreio antecipado”, explica Thiago.

Segundo o Portal da TV Tropical, o  oncologista dá como exemplo os avanços tecnológicos, que possibilitam prever riscos acentuados para adoção de melhores condutas de saúde. “Muitas tecnologias se tornaram extremamente mais acessível ao mesmo tempo agregaram maior precisão, como os exames de colonoscopia, capazes de identificar e retirar pólipos antes do surgimento do câncer de intestino, ou mesmo os exames genéticos, cujos valores caíram expressivamente, que alertam para os riscos hereditários”, pontua.

Atuante no Sistema Único de Saúde (SUS), o médico espera que a cobertura pública amplie os métodos preventivos, mas observa que a oferta limitada de serviços é outra razão para que cada indivíduo antecipe a busca por assistência.

“As faixas de idade de maior risco, sempre divulgadas, para realização de mamografias e exames de próstata, são recomendações globais. Quem percebe dificuldade de acesso, pode antecipar essa idade e se adequar a realidade de espera da sua unidade de saúde, município ou plano de saúde. Se levou ano pra conseguir consulta numa especialidade que você já procurou, calcule buscar o postinho antecipadamente ou aproveitar os mutirões ofertados em datas específicas, aconselha Thiago Rego.

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