“Acreditamos na capacidade criativa e intelectual dos alunos da região”, afirmou o diretor da Escola Multicampi de Ciências Médicas (EMCM) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), George Dantas de Azevedo, durante a cerimônia em comemoração aos dez anos da unidade, que tem como marca a inovação e o compromisso social, ao desenvolver suas atividades nos municípios potiguares de Caicó, Currais Novos e Santa Cruz, contribuindo com a formação e fixação médica no interior do estado. O evento foi realizado na tarde da sexta-feira, 26, na sede da EMCM, com homenagens, entrega de uma usina fotovoltaica e a inauguração de placa comemorativa.
O reitor Daniel Diniz ressaltou o papel da EMCM como patrimônio da educação em saúde da UFRN, do estado e do país. O gestor citou ainda importantes conquistas da unidade, como a implantação do curso de medicina no interior do RN e dos programas de Residências em Saúde e Mestrado Profissional; além da formação de profissionais que atuam nas regiões do Seridó e Trairi, especialmente na Atenção Primária, em equipes da Estratégia de Saúde da Família. “Tudo isso foi alcançado por meio de muitas mãos que trabalham aqui, com muita dedicação. Portanto, a cada pessoa – estudante, técnico, docente e terceirizado – que contribuiu para essa história tão bem sucedida, dirijo meus agradecimentos. Graças a vocês, a UFRN hoje tem a grande honra de contar com uma unidade que faz diferença institucional e social”, disse o reitor.
Para o diretor da EMCM, George Dantas, as regiões do Seridó e do Trairi são conhecidas pelo bordado, a carne de sol e o queijo, mas, agora, também têm como marca o ensino da Medicina, visto que a Escola Multicampi se tornou referência nacional e internacional, já na primeira década de história. “A partir da EMCM, a região [Seridó e Trairi] tem escola de medicina, tem ciência, tem especialistas e mestres e, daqui a pouco, formará doutores também”, o docente falou ainda dos planos da unidade, como a ampliação de vagas, a abertura de novas residências médicas e o planejamento para a abertura de um hospital universitário.
“Meu coração começou a disparar quando comecei a subir essa ladeira”, disse a representante dos estudantes egressos da EMCM, Ana Luiza Silva de Lima, ao relatar a emoção de entrar na sede da Escola Multicampi. Em seu discurso, a médica destacou a resiliência das primeiras turmas, o que contribui para uma formação humanizada, inserida na realidade social. “Existe algo no ‘cuidar’ que a EMCM desperta, que não tem nada a ver com a glamourização da profissão. Ser médico doi, com a dor dos nossos pacientes”, frisa a psiquiatra.
Representando os homenageados da cerimônia, a ex-reitora da UFRN, Ângela Maria Paiva Cruz, lembrou de como foi o planejamento para criação e os primeiros anos de implantação da EMCM, que ocorreu na sua gestão junto à então vice-reitora, Maria de Fátima Freire de Melo Ximenes, também homenageada. “Pessoas pioneiras são aquelas que desbravam caminhos. Foi assim, para a construção desse projeto político-pedagógico tão inovador e bem sucedido”, comemorou.
As homenagens foram dirigidas a servidores docentes e técnicos, funcionários terceirizados e estudantes, além de gestores e instituições parceiras. A solenidade contou também com a apresentação do trio de forró pé-de-serra, “Medicó”, composto por egressos da Escola Multicampi, além da exibição de uma reportagem produzida pelo jornalista Ricardo Araújo sobre a unidade acadêmica.
EMCM- UFRN
O curso de Medicina Multicampi da UFRN foi criado em 5 de junho de 2012, com início de atividades em 25 de julho de 2014, quando foram ofertadas 40 vagas anuais na Escola Multicampi de Ciências Médicas (EMCM-UFRN). Em 2016, foram implantados programas de Residências Médica e Multiprofissional. E, no ano seguinte, houve a criação do Programa de Mestrado Profissional em Educação, Trabalho e Inovação em Medicina, que visa à qualificação de gestores e trabalhadores da saúde, assim como do próprio curso de Medicina e das residências.
O curso de graduação em Medicina, que é o programa acadêmico mais antigo da EMCM, conquistou importantes avanços na primeira década de criação, como a implementação do Argumento de Inclusão Regional, que possibilita o acesso preferencial ao curso para estudantes das regiões do Seridó e Trairi, o que contribui para que cerca de 65% dos estudantes sejam originários do sertão potiguar e paraibano. Prestes a concluir a quinta turma, 175 médicos já se formaram, dos quais 57% estão atuando na Atenção Primária e 42% trabalhando em municípios das regiões Seridó e Trairi. Adicionalmente, outros 26%, dos médicos formados pela EMCM, atuam em outros municípios do interior do RN e de outros estados vizinhos.
Importantes reconhecimentos da graduação também foram atingidos, como o conceito máximo na avaliação do Ministério da Educação (MEC) e a distinção internacional, como como primeira escola médica brasileira verificada em relação aos indicadores de responsabilidade social, pela organização TUFH/Network.
