Por iniciativa da deputada Divaneide Basílio (PT), a Assembleia Legislativa realizou audiência pública sobre a criação da Fototeca Potiguar e a sua importância para a memória do estado. O projeto que prevê a criação já está aprovado e a implementação foi tema central do debate.
A proposta apresentada por Divaneide Basílio e aprovada pela Assembleia cria a Fototeca do Estado do Rio Grande do Norte – Fototeca Potiguar, que tem como objetivo reconhecer a imagem fotográfica como documento patrimonial, essencial na produção de conhecimentos, preservação histórica e construção da memória e da identidade cultural potiguar. Além disso, o projeto aprovado visa preservar a memória visual estado através da aquisição, catalogação e preservação de imagens, conservação e divulgação da história, assim como organizar exposições focadas no resgate de fotógrafos e fotógrafas pioneiros, emergentes e atuantes nos diversos Municípios do Estado;
Também é objetivo da proposta a promoção de debates e exposições de seu acervo e de acervos conexos, assim como realizar exposições itinerantes, cursos de capacitação e formação visual a jovens, adultos e idosos. Para a viabilização da criação da Fototeca Potiguar, o Executivo poderá celebrar convênios com Órgãos Públicos Federais e Municipais e com entidades da sociedade civil sem fins lucrativos.
“É um plano grandioso com passos grandiosos, mas possíveis com um caminho para ajustar a memória coletiva que vamos definir conjuntamente”, definiu a deputada Divaneide Basílio.
Coordenador do Coletivo da Foto, Henrique José fez uma apresentação sobre a história da fotografia potiguar e importância da preservação do acervo que tem mais de 100 anos. Ele expôs algumas imagens históricas, produzidas por profissionais renomados do estado, e sobre como se deu a proposta encaminhada à deputada Divaneide Basílio para a criação da Fototeca, que é uma tendência para os estados que não têm um museu da imagem e do som, como é o caso do Rio Grande do Norte.
“Precisamos fazer a proposição ao Governo do Estado, que é a quem cabe fazer a regulamentação da lei e nós, como movimento civil organizado, apresentamos a proposta. Estamos elaborando um projeto de forma coletiva, que é a implantação em 2024, 2025 e 2026, mas sabemos que essa implementação demandará anos e ao longo de várias gestões”, explicou.
Também participando da audiência, a secretária extraordinária de Cultura do Rio Grande do Norte, Mariland Brito, garantiu que o pleito será levado, junto com as sugestões, à governadora Fátima Bezerra. “A gente está falando sobre memória, gratidão e afeto, e uma fotografia faz a gente lembrar de tudo isso. Precisamos, inclusive, ressignificar as nossas bibliotecas, levar novos públicos, fazer exposições e os livros vão circular mais, expandindo nossas referências, lembrando de quem somos. Vou levar essa demanda à governadora, mas já colocando em prática passos como esses expostos aqui”, disse a secretária.
Após ampla discussão, os participantes definiram como encaminhamentos a busca por parcerias para que os outros estados também apresentem as suas fototecas para formar uma rede integrada; garantir o olhar estadualizado com ações no interior, catalogando fotógrafos e acervos por regiões do estado; fortalecer a criação da Secult para fortalecer a política de Cultura no estado; recuperar e inserir livros e fotolivros disponíveis para ser parte dos acervos, assim como também recuperar fotos históricas de nomes importantes da fotografia potiguar; trazer questões da estrtuura do acervo que represente diversas temáticas, definindo quais as memórias coletivas que se deseja preservar; e a realização de uma audiência sobre a Pincoteca.
“Como encaminhamento urgente, vamos sentar para ver a questão burocrática e orçamentária para que, depois da sanção do projeto, a gente possa discutir sobre a aplicação de recursos de emendas para essa primeira etapa”, finalizou Divaneide Basílio, que dedicou a audiência pública à memória da jornalista Nicole Tinoco, falecida na terça-feira (5).
