O Laboratório de Soldagem e Inspeção (LS&I/UFRN) foi palco para a apresentação do projeto e para a exibição do protótipo do equipamento para ensaio acelerado de corrosão. A ferramenta foi 100% desenvolvida pelos discentes do Curso de Engenharia de Materiais da UFRN. Batizada de PotyCORR, a Câmara de Névoa Salina permite simular, de forma acelerada e em condições laboratoriais, o ambiente corrosivo decorrente da exposição do substrato à atmosfera salina.
O equipamento PotyCORR foi produzido por Karolynne Emanuelle Alves, Madson Luiz Galliza Oliveira e Killdery Fernandes Peixoto, alunos do penúltimo semestre letivo do curso, sob a supervisão do professor Sérgio Rodrigues Barra.
O professor conta que a ideia foi unir os conhecimentos das disciplinas Degradação dos Materiais e Processos de Fabricação dos Metais, de forma a trabalhar a interdisciplinaridade e aplicar o método ativo de ensino, ou seja, o ensino baseado em problema. “O objetivo é de sair do ensino tradicional e engessado e colocar o aluno como ator principal no processo de ensino-aprendizado. Por fim, considerando o custo expressivo e as dimensões elevadas de uma câmara comercial, mostrar para a comunidade que é possível projetar e construir equipamentos customizados de bancada para uso em ensino e pesquisa”, relata.
Como desafio principal, os envolvidos no projeto tiveram que atender aos requisitos definidos pela norma internacional “ASTM B117 – Standard Practice For Operating Salt Spray ‘Fog’ Apparatus”. De forma simplificada, a câmara reproduz uma atmosfera marinha (névoa), composta por uma mistura padronizada de água destilada e cloreto de sódio (NaCl a 0,5 M), que interage com as superfícies dos corpos de prova metálicos (com ou sem revestimento protetor). Essa interação provoca a corrosão acelerada e generalizada das superfícies expostas, e permite inferir sobre a resistência do substrato frente ao processo de corrosão.
Na área de corrosão, o PotyCORR é o primeiro equipamento projetado, construído e testado pelos alunos da UFRN, com o objetivo didático (uso em laboratório para ensino/pesquisa), em escala reduzida, de baixo custo e com a possibilidade de replicação por outras instituições de ensino. “Foram só quatro meses pra fazer tudo. Desde receber a norma e fazer tudo do zero. Foi um desafio a cada momento”, relata Karolynne Emanuelle Alves, uma das integrantes do projeto.
Ainda de acordo com a equipe desenvolvedora, o equipamento de Câmara de Névoa tem dimensões de bancada, projeto conceitual que permitirá possível alteração na norma, usa material de fácil obtenção, com manuseio e montagem de baixo custo.