O Conselho Nacional de Secretarias Municipais destacou o trabalho desenvolvido na Saúde de Caicó sobre a reformulação da rede de saúde mental por meio da intensificação da política intersetorial. De acordo com a reportagem um dos diferenciais do trabalho é o olhar sobre as populações marginalizadas, excluídas de direitos fundamentais, a exemplo dos egressos de internações psiquiátricas e a população carcerária.
Há alguns anos, como reflexo da luta antimanicomial, o hospital especializado em saúde mental da cidade foi interditado e os pacientes reinseridos no convívio familiar. No entanto, seis deles perderam completamente o vínculo com os parentes e alguns até o senso de identidade. A transferência para uma residência terapêutica foi o primeiro passo em direção ao retorno à vida em sociedade, mas ainda havia um longo caminho para efetivar a desinstitucionalização e garantir dignidade.
Eles reaprenderam a dormir em camas, porque se mantinham a maior parte do tempo no chão. Perderam o medo de se comunicar, porque estiveram muito tempo isolados. Passaram a comer alimentos produzidos na residência, antes distribuídos em marmitas. Com a ajuda do Ministério Público, a gestão está buscando resgatar informações sobre parentesco, registro civil e cidade de origem. “Estamos conseguindo ver a evolução. Por tudo que viveram, eles tinham medo, não conversavam, mas aos poucos estão indo ao supermercado, à igreja, à pista de caminhada, sempre acompanhados de um monitor. Estão desenvolvendo independência e autonomia”, relata Jardenia Azevedo da Silva Noronha, enfermeira e coordenadora técnica da Secretaria Municipal de Saúde de Caicó.
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