No Dia Nacional do Livro Infantil, celebrado em 18 de abril, o Brasil tem motivos para comemorar. Com um investimento de aproximadamente R$ 122,5 milhões, o Governo Federal, por meio do Ministério da Educação (MEC) e do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), fortalece o compromisso com a formação leitora das crianças ao distribuir livros literários para escolas e bibliotecas em todo o país. Um avanço importante no caminho pela equidade e pelo incentivo à leitura desde os primeiros anos de vida.
O Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD), principal política pública de distribuição de livros no Brasil, está levando14.600.383 exemplares de literatura infantil a escolas públicas que atendem crianças da creche e pré-escola. As obras fazem parte de 268.643 acervos que serão usados por alunos de 87.512 escolas, com investimento superior a R$ 98 milhões. Uma iniciativa que reafirma o papel da educação como promotora da cidadania, do imaginário e da diversidade cultural brasileira.
Os títulos selecionados reúnem obras contemporâneas e clássicos da literatura nacional, como os de Monteiro Lobato , que inspirou a criação da data comemorativa. Autor de obras como Reinações de Narizinho e Sítio do Picapau Amarelo , Lobato permanece atual com adaptações como Monteiro Lobato em quadrinhos: Fábulas , Peter Pan e Os Doze Trabalhos de Hércules . Como o próprio escritor dizia:
“Tudo tem origem nos sonhos. Primeiro sonhamos, depois fazemos.”
O esforço para ampliar o acesso à leitura dialoga com os dados da última pesquisa Retratos da Leitura no Brasil (2022), realizada pelo Instituto Pró-Livro: quase metade da população brasileira (48%) não é considerada leitora. Entre os fatores, destacam-se a falta de acesso a livros e o pouco incentivo à leitura na infância. Ao distribuir obras desde a creche, o PNLD contribui para mudar esse cenário, criando oportunidades a partir dos primeiros anos de escolarização.
Em 2024, o programa foi além das escolas: passou também a atender bibliotecas públicas e comunitárias, em parceria com o Ministério da Cultura (MinC). Essa expansão foi garantida por meio de aditivos aos contratos do PNLD Literário, conforme previsto no Decreto nº 12.021/2024.
Na primeira fase, foram investidos R$ 24,5 milhões, com a tiragem de 4.109.215 livros que vão chegar a cerca de 4 mil bibliotecas. A meta do MinC é alcançar 9 mil bibliotecas públicas e comunitárias, ampliando ainda mais o impacto da Política Nacional de Leitura e Escrita (PNLE), instituída pela Lei nº 13.696/2018.
Equidade – Outra frente estratégica do PNLD é a valorização da diversidade. O Edital Literário Equidade, publicado em dezembro de 2024, abre espaço para obras que contemplem temas como educação indígena, quilombola, relações étnico-raciais, direitos humanos, educação especial, bilíngue de surdos e populações do campo, das águas e das florestas. As inscrições de livros voltados aos anos iniciais do ensino fundamental começam em 18 de agosto de 2025.
Com foco na equidade, essa seleção de obras também vai compor acervos de bibliotecas públicas e comunitárias, assegurando que o direito à leitura e à representatividade chegue a todos os cantos do país. A ação é realizada em conjunto com a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (SECADI/MEC) e a Secretaria de Educação Básica (SEB/MEC).
PNLD Educação Infantil 2026-2029 – O ciclo atual do programa segue em movimento. Em junho de 2024, foi lançado o edital do PNLD Educação Infantil 2026-2029, convocando editoras interessadas em oferecer livros literários e informativos para crianças e materiais de apoio para professores da educação infantil. Destaque para os livros informativos, que, diferentemente dos livros didáticos, estimulam a curiosidade, a investigação e o pensamento crítico das crianças desde a creche.
Essa abordagem respeita o direito à infância e amplia as possibilidades de relação das crianças com o mundo físico, social e cultural — alinhando educação e cidadania desde os primeiros passos.
Mais que números, o PNLD representa uma aposta no futuro do Brasil. Levar livros de qualidade a escolas e bibliotecas públicas é investir na formação de leitores, de cidadãos conscientes e em uma educação pública mais justa e transformadora.