Terceiro câncer mais incidente entre mulheres no Brasil, o câncer cervical (ou do colo do útero) contabiliza números desafiadores para as autoridades da saúde pública. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), são estimados cerca de 17 mil novos casos a cada ano do triênio 2023-2025.
Como parte dos esforços para a prevenção e o enfrentamento da doença, a Escola Multicampi de Ciências Médicas (EMCM/UFRN) promoveu o curso Exame ginecológico no contexto da Atenção Primária à Saúde com uso do colposcópio.
Participaram da capacitação, realizada nos dias 10 e 11 de abril, médicos e enfermeiros da rede de saúde de Caicó e região, bem como pesquisadores da UFRN e da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern). O curso teve caráter teórico-prático e proporcionou o contato direto com o uso do colposcópio, instrumento que amplia a capacidade diagnóstica da Atenção Primária à Saúde (APS) e possibilita a detecção precoce de lesões precursoras do câncer do colo do útero.
Entre os tópicos abordados no curso estão temas essenciais ao enfrentamento do câncer cervical, enfatizando ações de prevenção, rastreamento e detecção precoce da doença. Os participantes foram atualizados sobre boas práticas na realização de exames ginecológicos e na coleta do exame citopatológico do colo do útero (Papanicolau). Também foram apresentados a inovações recentes como a coleta de DNA-HPV e o uso de imagens de colposcopia como ferramentas de apoio ao rastreamento e diagnóstico oportuno.
A iniciativa é liderada por Diego Bonfada e conta com a coordenação adjunta de Ana Carina Rolim, ambos professores e pesquisadores da EMCM. Para a docente, a atividade, ao integrar extensão e pesquisa, reafirma o posto da instituição como um elemento importante do enfrentamento ao câncer por meio da multiplicação do conhecimento acerca do tema na região do Seridó.

“Entendemos que a proposta reforça o compromisso da EMCM com a qualificação de profissionais da saúde e com a integração entre ensino, serviço e pesquisa. Além disso, as ações desenvolvidas dialogam diretamente com as estratégias do SUS para redução dos índices de mortalidade por câncer cervical, uma das principais causas de morte entre mulheres no Brasil, especialmente em regiões com menor acesso a exames especializados”, comenta a professora.
Ana Carine ressalta ainda o fato de a iniciativa integrar as atividades do Mestrado em Educação, Tecnologia e Inovação em Medicina da EMCM. Segundo a professora, o curso contribui para o avanço das etapas da pesquisa Inteligência artificial na predição de alterações citopatológicas do colo do útero na atenção primária em saúde, financiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), já noticiada no Portal da UFRN anteriormente.