Hospital Universitário Onofre Lopes realiza o sonho de paciente em conhecer o mar

Contemplar a imensidão do mar, brincar na areia, sentir o sol tocando a pele e a brisa que traz a sensação de liberdade. Estes foram os recursos terapêuticos dos quais a pequena Ana Laura de Lima, de quatro anos, pôde desfrutar em seu primeiro contato com o mar. Ela é paciente pediátrica em cuidados paliativos do Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL-UFRN), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), e só conseguia ver tudo isso pela janela.

A criança expressava seu desejo de ver e sentir aquela paisagem, e, por isso, na tarde desta quarta-feira, 21, a Comissão de Cuidados Paliativos, junto com a equipe multidisciplinar da Unidade de Terapia Intensiva pediátrica, levou-a para esse encontro especial. O que antes era visto de longe por ela, como um quadro, se tornou realidade e um momento de diversão.

Ana Laura possui uma doença neurodegenerativa que faz parte do grupo das distrofias musculares, com diagnóstico de distrofia muscular congênita por deficiência de merosina, explicou a médica intensivista pediátrica e membro da Comissão de Cuidados Paliativos Pediátricos, Ana Leonor Medeiros.

Ana Laura de Lima, de quatro anos, expressava seu desejo de ver e sentir o mar. Foto: Huol/UFRN

A ação tem o objetivo de tornar o processo de internação e da doença mais ameno. “Perguntamos a todas as crianças que estão recebendo o acompanhamento de cuidados paliativos no Huol, e que a comissão acompanha, qual o desejo ou sonho delas, e tentamos realizar isso no curso da internação. E para Laurinha, o desejo era correr, andar de avião ou conhecer o mar. A gente tentou, então, realizar o que seria possível”, disse Ana Leonor.

A médica ressalta o trabalho da comissão no suporte social e psicológico à família e à criança em cuidados paliativos. “Tentamos mostrar que existem outras formas terapêuticas, além do uso de medicamentos, que o amor é importante, que o amor cura, que existem outras formas de tratar. Ensinar que medicina não é só patologia, existe uma visão muito mais abrangente do que isso, e trazer essa outra visão que a gente sabe que também é importante nos dias atuais”, comenta a profissional.

Apesar de ter apenas quatro anos, Ana Laura já demonstrava o desejo de conhecer o mar para a família. “Ela só via na TV e nos desenhos, e dizia que queria conhecer o mar, queria ir com o pai conhecer o mar e fazer castelo (de areia). Não tenho palavras para descrever, foi muito bom, um sonho realizado para ela”, disse emocionada a mãe da criança, Francidalva Rafael de Lima.

A médica anestesiologista do Huol, Bruna Lima, destaca o cuidado humanizado com os pacientes paliativos no hospital. “Esse é o nosso trabalho, a gente consegue olhar a pessoa não só como doente, mas como uma pessoa que tem necessidades e que precisa daquele carinho, daquela atenção especial. Isso faz bem para nós também”, ressalta.

Sobre a Ebserh

O Huol-UFRN faz parte da Rede Ebserh desde 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados às universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.

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