Leonardo Muniz Pichel, egresso do curso de Geologia da UFRN, se tornou o primeiro sul-americano a ser condecorado com o Lyell Fund, honraria concedida anualmente pela The Geological Society of London destinada à pesquisadores no início da carreira que realizaram contribuições excepcionais para o campo das ciências da terra. A cerimônia de premiação ocorreu em 12 de junho.
Para Leonardo, o prêmio representa o reconhecimento de anos de dedicação, estudo e amor à profissão e à pesquisa. “É um grande privilégio ser reconhecido como um dos melhores jovens cientistas em um contexto internacional e representar o Brasil, o Rio Grande do Norte, a UFRN e, principalmente, a minha família, a quem eu devo grande parte da minha conquista”, declara.
Além de graduado pela UFRN, o cientista tem doutorado em geociências pela Universidade de Manchester e pós-doutorado na mesma área pela Imperial College London. Também é pesquisador permanente na Universidade de Barcelona e na Universidade de Bergen.
Pesquisas
Durante dois anos de sua graduação, integrou o Laboratório de Geologia e Geofísica do Petróleo, onde conduziu experimentos de estratigrafia sísmica e estrutural combinados à modelagem 3D da Bacia Hidrográfica do Rio do Peixe. “Foi uma experiência muito importante. O projeto me capacitou com técnicas de interpretação de dados geofísicos e com o desenvolvimento do método científico aplicado a indústria, os quais foram fundamentais para a transição direta que fiz ao doutorado”, afirma Pichel.
Atualmente, ele pesquisa acerca da arquitetura e evolução de bacias sedimentares do Oceano Atlântico, Mar do Norte e Golfo do México com enfoque em deformação por estiramento crustal (rifte), tectônicas de camadas de sal e na relação dessa deformação com os padrões de sedimentação. “É uma linha de estudos que têm tido aplicações diretas para a exploração de petróleo. Além disso, tenho atuado na área de armazenamento de H2 em cavernas de sal no Mar do Norte; e CO2 em estruturas adjacentes ao sal no Oceano Atlântico Sul”, completa.
Lyell Fund
O nome do prêmio presta homenagem a Charles Lyell, geólogo responsável pela popularização do uniformitarianismo – um princípio defensor da ideia de que os presentes processos geológicos sofridos pela Terra são essencialmente os mesmos que ocorreram no passado, de modo que tal uniformidade é a base para a investigação desses processos. A premiação ocorre desde 1876 e contemplou, ao longo de mais de 140 anos, diversos estudiosos de excelência ao redor do mundo.