O mês de maio chama a atenção para as doenças inflamatórias intestinais, e para reforçar a importância do tema, o Hospital Universitário Onofre Lopes (Huol-UFRN), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), promove no dia 27 de maio o Encontro Multiprofissional para portadores de Doenças Inflamatórias Intestinais. O evento é voltado a profissionais de saúde, comunidade acadêmica, pacientes e população em geral.
Muitas são as enfermidades que impactam a qualidade de vida dos indivíduos, entre elas, as doenças inflamatórias intestinais (DIIs). Foi criada a campanha Maio Roxo e instituída uma data no mês (19), para celebrar o Dia Mundial das Doenças Inflamatórias Intestinais. “O Maio Roxo é um mês dedicado às Doenças Inflamatórias Intestinais (DII), com a finalidade de dar visibilidade a essas doenças, promover conscientização e melhoria na qualidade de vida dos pacientes. Por este motivo, durante o mês de maio, são promovidos vários eventos com o intuito de divulgar as DII”, explica a médica gastroenterologista do Huol, Lívia Medeiros Soares Celani.
De acordo com Lívia, durante a campanha, associações de pacientes e profissionais possuem objetivos específicos, “os principais objetivos das associações de pacientes e profissionais, como a Associação Brasileira de Colite Ulcerativa e Doença de Crohn (ABCD), a DII Brasil e a DII RN são: prestar aconselhamento e apoio, cuidar e garantir a melhoria da qualidade de cuidados médicos em ambulatórios e centros de saúde, promover a difusão de informação sobre a doença junto da população em geral, divulgar ações para os associados, investigar e pesquisar sobre as causas, o impacto e o tratamento dessas doenças, além de cooperar com os médicos, enfermeiros e demais profissionais de saúde, serviços e entidades públicas”.
O Encontro Multiprofissional para portadores de Doenças Inflamatórias Intestinais será realizado no Auditório Mariano Coelho, com a participação de profissionais para discutir sobre o Tratamento nas Doenças Inflamatórias Intestinais; o Perfil dos Pacientes com DIIs tratados pelo SUS no Rio Grande do Norte; A importância das leis para as Doenças Inflamatórias Intestinais; Direitos de portadores de DIIs: Planejamento previdenciário, benefícios e acesso à medicação; Manejo das afetações emocionais nas DIIs e Cuidados e manejos das Ostomias.
Confira aqui a programação do evento
Doenças inflamatórias intestinais (DIIs)
As principais DIIs são a retocolite ulcerativa e a doença de Crohn, doenças inflamatórias crônicas que acarretam dor abdominal e diarreia que pode ter a presença de sangue, muco ou pus. O nível de inflação pode ser mais ou menos grave. São doenças que não têm cura até o momento, mas têm controle clínico.
Entre os sintomas da diarreia crônica podem estar emagrecimento, diminuição do apetite, fraqueza, desidratação e dor abdominal frequente. Caso não seja feito controle, as DIIs trazem transtornos na vida social e na vida profissional, levando à diminuição do convívio social e faltas no trabalho. Por conta da dor abdominal, pode ficar dependente de medicamentos analgésicos e até mesmo de medicamentos opioides.
“As formas mais comuns de DII são a doença de Crohn e a retocolite ulcerativa, que costumam provocar episódios de diarreia, cólicas e dores abdominais, sangramento retal, perda de peso, febre e fadiga. As duas doenças também podem ser acompanhadas por manifestações extraintestinais, cujos sintomas vão além do intestino, que atingem os olhos, as articulações e a pele, para citar alguns exemplos. A intensidade dos sintomas costuma variar com o tempo, uma vez que as doenças têm um curso ideal de longos períodos de remissão, mas com surtos recorrentes. Este caráter varia muito conforme o perfil de cada pessoa, suas características essenciais observadas ao diagnóstico, critérios de melhor ou pior prognóstico, idade, perfil social e outros fatores”, destaca Lívia Medeiros.
Medicações adequadas permitem uma boa qualidade de vida
Tanto diagnóstico quanto tratamento destas doenças têm avançado muito nas últimas duas décadas. Surgiram medicamentos e técnicas que promovem, por exemplo, a cicatrização do intestino, e com isso, uma prevenção de complicações como hemorragia; perfuração intestinal; complicações infecciosas; fístulas; abscessos abdominais, condições que provocam muitas vezes internação hospitalar prolongadas e aumento da morbimortalidade.