Quando se fala de eficiência energética na prática, pensa-se, geralmente, na adoção de hábitos de consumo consciente. Só que, apesar de parecer simples, essa adoção envolve um processo desafiador de mudança de comportamento individual e coletivo, no qual a educação tem papel primordial. Nesta quarta matéria da série sobre Eficiência Energética, promovida pelo Ministério de Minas e Energia (MME), vamos mostrar como as ações voltadas para a educação em eficiência energética têm sido relevantes para o avanço desse tema.
“Por meio da integração do tema da eficiência energética, de forma transversal e multidisciplinar, nos currículos de diferentes níveis escolares, promove-se a formação de cidadãos conscientes e comprometidos com a construção de uma sociedade sustentável para a presente e para as futuras gerações”, destaca o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
Do desenvolvimento de metodologias educacionais até o apoio à estruturação de cursos de formação profissional e a capacitação de profissionais, as medidas desenvolvidas têm se mostrado essenciais para a construção de uma cultura de eficiência e sustentabilidade.
A metodologia ZUPT é um exemplo de ferramenta que promete ter papel fundamental para promover a adoção de hábitos de uso consciente e inteligente de recursos energéticos desde a pequena infância. Voltada para o público da educação infantil e para os anos iniciais do ensino fundamental, essa metodologia vem para substituir a metodologia Natureza da Paisagem, que é foi desenvolvida e disseminada pelo Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel) nos anos 90, mas que acabou ficando desatualizada.
Para os anos finais do ensino fundamental e para o ensino médio, já está em utilização a metodologia Energia que Transforma. “Também desenvolvida no âmbito do Procel, esta metodologia incentiva a realização de projetos interdisciplinares sobre eficiência energética, buscando incorporar os conhecimentos adquiridos no dia-a-dia dos alunos e educadores, por meio de atividades lúdicas e interativas que promovem a construção coletiva de novas práticas sociais”, explica a coordenadora-geral de Eficiência Energética da Secretaria Nacional de Transição Energética e Planejamento do MME, Samira Sousa. Assim como o Zupt, essa metodologia foi desenvolvida em sinergia com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), bem como em alinhamento com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
NA ÁREA PROFISSIONAL
Na área de formação profissional e tecnológica, destaca-se o apoio do Procel ao Programa para Desenvolvimento em Energias Renováveis e Eficiência Energética na Rede Federal – EnergIFE, uma iniciativa do Ministério da Educação em parceria com o Ministério de Minas e Energia. O programa busca induzir a cultura da eficiência energética em toda a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, por meio da aplicação de medidas de melhoria do desempenho energético das instituições de ensino da Rede Federal, bem como da ampliação da oferta de cursos voltados para a temática nas suas diversas unidades.
Com o apoio do Procel, serão implementados 15 laboratórios de eficiência energética (três em cada região do país), para suporte aos cursos de capacitação existentes e apoio ao lançamento de novos cursos regulares. Também será implantado o Portal de Gerenciamento de Energia (PGEN) em toda a Rede Federal, permitindo a gestão energética inteligente em tempo real de todas as unidades da rede. Por fim, prevê-se o desenvolvimento de material didático específico e a capacitação de pelo menos 200 professores da rede para temas ligados à eficiência energética. O objetivo final do projeto é o de impactar na formação de profissionais qualificados para atuar no desafio da transição energética.
REDES DE APRENDIZAGEM
Uma outra atividade que tem sido promovida pelo MME para a formação da cultura de eficiência é a promoção das chamadas Redes de Aprendizagem de Eficiência Energética. Com base em uma metodologia de compartilhamento de conhecimentos entre empresas, desenvolvida na Europa, as redes de aprendizagem visam à disseminação de práticas, metodologias e informações sobre energias renováveis e eficiência energética entre instituições.
As Redes de Aprendizagens têm como objetivo acelerar a adoção dessas medidas por meio da troca de experiências entre os participantes. Além disso, as redes ajudam a fomentar a inovação, já que novas ideias podem surgir a partir da inspiração de medidas empregadas por outros integrantes.
Por meio de Cooperação Técnica com a Alemanha, já foram desenvolvidos dois projetos piloto – um com edifícios públicos e um com indústrias, e outras três redes piloto estão em andamento. Os resultados servirão como subsídios para o desenvolvimento de um programa ampliado, que estimule a formação de redes de aprendizagem em diversas conformações em diferentes setores, fazendo avançar a eficiência energética e a sustentabilidade ambiental em todo o País.
Por: Ministério de Minas e Energia