Dirigida e escrita por César Ferrário, com a colaboração de Márcio Benjamin na dramaturgia, “Clenyldes e Clenôrys – ou A Irresoluta História do Paraíso, a maior pequena cidade do mundo”, é uma obra teatral que se inspira no universo do realismo fantástico latino-americano, desde Gabriel García Márquez até Dias Gomes, sem esquecer o rico repertório cordelístico do Nordeste, constituindo um conjunto de referências. A peça estreia nesta sexta-feira (05), com uma sessão às 20h, e no sábado (06), com duas sessões, a primeira às 16h e a segunda às 20h, no Teatro Alberto Maranhão.
A temporada de estreia do novo espetáculo do grupo Casa de Zoé está inserida na programação “Abril das Artes”, promovido pelo Governo do Rio Grande do Norte, via Secretária Extraordinária de Cultura e Fundação José Augusto (FJA). A entrada é gratuita, garantindo a democratização e acesso ao teatro. Os ingressos serão distribuídos na bilheteria do TAM uma hora antes do espetáculo.
O elenco, composto por Titina Medeiros, Nara Kelly, Dudu Galvão, Ananda K, Camille Carvalho, Tiquinha Rodrigues, Yves Fernandes, Robson Medeiros e Toni Gregório, desdobra-se em diversos personagens. Apesar da centralidade das gêmeas Clenyldes e Clenôrys, fio condutor e embrião de toda a narrativa, a trama se desenvolve de forma circular, das bordas para o centro.
A direção de arte é assinada por João Marcelino, com design de luz de Ronaldo Costa, e direção musical de Caio Padilha.
Enredo se desenrola em cidade fictícia
A história se passa na fictícia cidade de Paraíso, com uma geografia imprecisa e difícil de posicionar no espaço e no tempo. As informações sobre ela nos chegam de maneira fragmentada, através do sinal esquivo da Rádio Paraíso, na voz rouca do seu locutor. Descobrimos que é dia de festa, véspera de Santo Antônio, uma data sempre animada pelo astro maior da localidade, Toninho Gogó de Aço. É também o dia em que as gêmeas “Clenyldes e Clenôrys” nascem, em uma mistura de felicidade extrema e profunda tristeza, pois Clênia, a matriarca, morreu logo após dar à luz.
O espetáculo narra os eventos subsequentes, desde os repetidos festejos e aniversários das gêmeas até a ascensão do Coronel Ortiz e sua tropa, que impõem um período sombrio à cidade. É nesse contexto que as circunstâncias levam “Clenyldes e Clenôrys” a confrontarem o Coronel, levando a história ao seu desfecho.
“Clenyldes e Clenôrys” explora a dualidade universal presente no pensamento humano, desde que nos tornamos conscientes. Essa estrutura narrativa, além de seu apelo filosófico, atende aos preceitos das expressões populares, uma premissa das produções da Casa de Zoé.
O espetáculo, que já vem sendo pensado por muitos anos, iniciou seu processo de criação em novembro de 2023, na Fundação Hélio Galvão, onde a Casa de Zoé se instalou em parceria com a Bobox Produções, também produtora deste espetáculo junto com a Dale Produções. Em março de 2024, ensaiou todos os dias na Ginga Filmes, importante apoiadora. O trabalho envolveu uma equipe com mais de 25 profissionais diretos e só foi possível pelo encontro entre esses artistas, chancelados pelo patrocínio da Prefeitura de Natal e Universidade Potiguar, através do Programa Djalma Maranhão. O projeto reúne também um núcleo importante de apoiadores como: Governo do Estado do Rio Grande do Norte, Fundação José Augusto, Abril das Artes, Teatro Alberto Maranhão 120 anos, Ginga Filmes, Cropping, Praieira Filmes, Queijeira 504 e a Editora Deu na Telha.
Sobre a produção desta obra, refletem os produtores Arlindo Bezerra e Titina Medeiros: “Realizar um espetáculo com essa dimensão e proporção significa possibilitar a geração de trabalho e renda para muitos artistas, técnicos e produtores, que continuarão trabalhando com o espetáculo em apresentações por circuitos de festivais e circulações”.
Apesar da realização desta estreia, o espetáculo segue em um processo continuado, com a presença e a chegada de novos patrocinadores que possibilitará o ingresso de novos profissionais ao projeto e novas apresentações.
SERVIÇO: Clenyldes e Clenôrys – ou A Irresoluta História do Paraíso, a maior pequena cidade do mundo”
🗓️ 05 e 06 de abril de 2024 – Entrada franca.
🕒 20h (sexta-feira); 16h (sessão 1 do sábado) e 20h (sessão do sábado)
📍 Teatro Alberto Maranhão. Praça Augusto Severo. Ribeira (RN).
*ingressos serão distribuídos 1h antes de cada sessão.