Prefeitas e vice-prefeitas recebem capacitação para aprimorar liderança na administração pública

Com o propósito de aumentar a representação das mulheres na política e na gestão pública, a Escola Nacional de Administração Pública (Enap), em parceria com o Instituto Alziras, lançou o curso para prefeitas e vice-prefeitas. O objetivo é que as habilidades de liderança e de influência no setor público sejam aperfeiçoadas. As aulas, realizadas na modalidade remota, acontecerão ao longo do mês de abril.

No total, 48 mulheres se inscreveram e 39 foram matriculadas por atenderem aos requisitos exigidos do curso “Comunicação e Negociação para Prefeitas”. Dessas,  32 são prefeitas e sete são vice-prefeitas de vários estados do Brasil. A média de idade delas é de 51 anos, sendo que a idade mais nova é de 36 anos. A candidata com maior idade possui 73 anos.

No formato on-line, a abertura do curso contou com a participação da ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI), Esther Dweck, que ressaltou a importância de iniciativas como essas para a representação das mulheres na política e, dentro delas, nos cargos de alta gestão e liderança. “Contribuir com a formação de vocês significa contribuir com a concretização de projetos políticos institucionais mais sensíveis à sustentabilidade da vida, à preservação ambiental, à equidade de gênero e raça e à promoção dos direitos humanos”, disse.

De acordo com a presidenta da Enap, Betânia Lemos, esse curso faz parte da Formação e Iniciativas Feministas (FIF), que desde o ano passado tem realizado ações para a inserção das mulheres, especialmente das mulheres negras na administração pública, com o intuito de aumentar o número de mulheres em cargos de liderança.

Também estiveram presentes a diretora Executiva do Instituto Alziras, Marina Barros e os docentes do curso. Após o encerramento da mesa de abertura, foi realizada a  aula magna, com a professora, cientista política e coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre a Mulher (Nepem) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Marlise Matos, sobre “Violência Política contra as Mulheres em Perspectiva Interseccional”.

Contexto

De acordo com a página TSE Mulheres, que reúne uma visão geral sobre a atuação das mulheres na política e nas eleições ao longo da história do Brasil, entre 2016 e 2022, o Brasil teve, em média, 52% do eleitorado constituído por mulheres, 33% de candidaturas femininas e apenas 15% de eleitas.

A percepção da necessidade aconteceu a partir de conversas com o público-alvo dessa capacitação e por meio de pesquisas que apontam para o baixo índice de mulheres na política.  Apesar dos esforços para a inclusão das mulheres em cargos eletivos, pesquisas apontam que existe uma percepção de que o ambiente político favorece mais os homens. Esse fator colabora para uma desvantagem em relação a reeleição de mulheres em cargos eletivos quando comparadas ao sexo masculino.

Curso

A coordenadora-geral de Capacitação de Altos Executivos, Soraya Brandão, afirmou que as participantes irão trabalhar competências de liderança e comunicação e negociação. “O nosso objetivo é que vocês possam exercitar durante o curso habilidades para comunicar propósitos, planos, estratégias e resultados com confiança, estabelecendo comunicação empática, persuasiva e influente nas negociações políticas que vocês desenvolvem”.

Soraya também ressaltou que os docentes do curso foram cuidadosamente selecionados, para proporcionar uma aprendizagem significativa. Além disso, para obter a certificação, será necessária uma frequência mínima de 80% das aulas.

Por: Escola Nacional de Administração Pública (Enap)

 

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