Foi às ruas da Redinha, nesta terça-feira (13), o tradicional bloco “Os Cão”. Com muita irreverência e animação, os foliões se lambuzaram, da cabeça aos pés, com a lama do mangue do Rio Potengi. A concentração foi realizada sob a Ponte Newton Navarro, com diversão e sujeira.
Em 2021, o bloco se tornou patrimônio imaterial e cultural de Natal, em lei aprovada pela Câmara Municipal e sancionada pelo prefeito Álvaro Dias, sendo publicada no dia 04 de outubro. De acordo com as informações, há duas versões para o surgimento de “Os Cão”.
A mais plausível, contada pelos brincantes do bloco, é que os fundadores são Francisco Ribamar de Brito (Dodô), seu irmão Armando Ferreira de Brito (o Gago), Francisco Clemente da Silva (Chico Baé), Francisco Valdécio (Chico do Cabo) e Djalma de Andrade (Uá), além de José Gabriel de Góes (Zé Lambreta). O ano era 1962.
Em um momento de bebedeira, o grupo teve a ideia de se “vestir” de lama e sair pelas principais ruas da praia da Redinha. O entrudo foi batizado pelas próprias pessoas do bairro, que ao verem Zé Lambreta, Dodô e seus amigos lambuzados de lama no meio da rua, gritavam “olha os cão!”.
O tempo passou e o bloco tomou uma grande dimensão nos carnavais contemporâneos, dando o ar da graça na terça-feira gorda, com milhares de seguidores que se lambuzam de lama no manguezal próximo à ponte Newton Navarro para sair brincando pelas ruas da praia da Redinha e Redinha Nova, ao som de marchinhas de carnaval, orquestra de frevo e percussão de pau e lata.