Lai Ching-te, atual vice-presidente de Taiwan, foi eleito presidente da ilha asiática neste sábado, 13. Ele irá governar pelos próximos quatro anos, mantendo o Partido Democrático Progressista (DPP) no poder após os dois mandatos da atual presidente Tsai Ing-wen.
Durante a campanha eleitoral, Ching-te prometeu fortalecer os laços com os Estados Unidos para melhorar a estratégia de defesa de Taiwan diante das ameaças da China. Ele assumirá o cargo em maio, estendendo o governo de oito anos de seu partido para um terceiro mandato. Hou Yu-ih, candidato do Partido Nacionalista, chamado de Kuomintang, reconheceu a vitória do oponente.
Em sua trajetória política, Ching-te conta que abandonou a carreira de médico devido aos exercícios militares da China antes da primeira eleição presidencial aberta de Taiwan, em 1996. Ele afirmou que queria proteger a democracia que estava começando na ilha e decidiu seguir os passos dos mais velhos, deixando seu emprego bem remunerado.
O presidente eleito deve reforçar as diferenças entre Taipé e Pequim, já que a China considera Taiwan seu território autogovernado. Com 64 anos e formado em Harvard, Ching-te assumirá o cargo em maio, estendendo o governo de oito anos de seu partido para um terceiro mandato. A atual presidente Tsai Ing-wen está no poder desde 2016. A presidência de Lai será avaliada internacionalmente pela forma como ele lidará com as tensões com Pequim e evitará uma escalada nos conflitos na região.
Os exercícios militares de intimidação da China no Estreito de Taiwan, que separa o continente da ilha, têm se tornado rotineiros nos últimos meses. Os caças chineses têm avançado sobre a fronteira não oficial com maior frequência e uma frota com navios de guerra, incluindo o segundo porta-aviões lançado por Pequim, soma-se à pressão militar no entorno taiwanês.
O Partido Comunista Chinês reivindica a ilha autônoma de 23 milhões de habitantes como parte de seu território e ameaça assumir o controle pela força se Taipé declarar independência.
Lai Ching-te afirmou que está aberto a conversar com o presidente da China, Xi Jinping, mas apenas como iguais. Ele instou Pequim a repensar suas táticas de pressão, mas disse que não tem ilusões sobre as intenções do país.
Em vez de tentar agradar Pequim, o presidente eleito disse que se concentrará em garantir o estatuto global de Taiwan, fortalecendo os laços com os Estados Unidos e outros países do Ocidente. Os EUA têm monitorado a ameaça chinesa e vendido bilhões de dólares em equipamentos militares para Taiwan, como forma de apoio à ilha.