Canavati destacou que antes de 7 de outubro seu hotel estava lotado para o Natal, a tal ponto que ele procurava quartos em outros lugares da cidade para ajudar pessoas as quais não conseguia encaixar reservas.
Desde o início da guerra, entretanto, todos cancelaram, inclusive as reservas para o próximo ano. “Tudo o que recebemos por e-mail é cancelamento, após cancelamento, após cancelamento”, relatou o empresário.
Ele levou a Reuters TV para conhecer o hotel, abrindo portas para quartos vazios e mostrando a sala de jantar silenciosa.
“Tínhamos pelo menos 120 pessoas jantando aqui todas as noites e estava lotado. O barulho, as pessoas. [Agora está] vazio. Sem café da manhã de Natal, sem jantar de Natal, sem bufê de Natal”, lamentou.
Desde a guerra de 1967 entre Israel e os países árabes vizinhos, Israel ocupa a Cisjordânia, região que os palestinos querem como o núcleo de um futuro Estado independente.
Israel construiu assentamentos judaicos, considerados ilegais pela maioria dos países, em todo o território. O governo israelense contesta essa afirmação, citando laços históricos e bíblicos com a terra. Vários dos seus ministros vivem em assentamentos e são favoráveis à sua expansão.
Desde 7 de outubro, a Cisjordânia tem registrado um aumento nos ataques de colonos judeus contra palestinos. A violência atingiu o maior nível dos últimos 15 anos este ano, antes do ataque do Hamas.
A Praça da Manjedoura de Belém, um grande espaço pavimentado em frente à Igreja da Natividade, que normalmente serve como ponto focal para as celebrações do Natal, estava silenciosa e quase vazia, assim como as ruas próximas, onde a maioria das lojas de souvenirs estavam fechadas.
Rony Tabash, que vende crucifixos, imagens da Virgem Maria e outros itens religiosos na loja de sua família, estava arrumando prateleiras e mercadorias para passar o tempo.
“Estamos há quase dois meses sem nenhum peregrino, nenhum turista”, observou, acrescentando que mantém a loja aberta como forma de evitar o desespero.
“Queremos sentir que tudo voltará, como se fosse uma vida normal”, concluiu.