O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) expressou sua crescente preocupação com a situação em Essequibo, região disputada entre Guiana e Venezuela, durante a abertura da 63ª reunião de cúpula do Mercosul, no Rio de Janeiro.
O regime de Nicolás Maduro ameaça anexar uma parte do país vizinho. Lula reforçou a posição do bloco como zona de paz, propondo uma declaração sobre o assunto e oferecendo a mediação do Itamaraty. “Uma coisa que não queremos aqui na América do Sul é guerra. Não precisamos de guerra, não precisamos de conflito”, declarou o petista. Ele ainda disse que o bloco formado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai não pode ficar “alheio” à situação. A Venezuela está suspensa desde 2017. A presidência trasitória do Brasil termina nesta quinta-feira, 7. O Paraguai será o próximo país a comandar o bloco.
Além disso, Lula afirmou o compromisso de não desistir do acordo entre Mercosul e União Europeia, apesar dos 23 anos de negociação. Ele destacou a importância de “continuar tentando” e tentou demonstrar otimismo, enfatizando que nada é impossível. Sobre a troca de poder na Argentina, Lula lamentou a saída de Alberto Fernández, manifestando tristeza pela situação econômica adversa e dizendo que o amigo de longa data merecia “melhor sorte”. Fernández será sucedido neste domingo, 10, por Javier Milei, presidente eleito do país vizinho. A relação de Lula com o ultraliberal é tensa devido às críticas que Milei fez durante a campanha. Embora tenha sido convidado, o petista não vai à cerimônia de posse. O chanceler Mauro Vieira o representará.