Os alunos da Escola de Música da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (EMUFRN), Calebe Alves, Higor Feitosa e Fernanda Rosa, foram aprovados para participar da Orquestra Sinfônica da Força Aérea Brasileira (FAB). O projeto da FAB é uma forma de incentivar a cultura por meio do âmbito militar e aproximar as forças armadas da população. Os trabalhos da Orquestra irão começar nas próximas semanas.
No último dia 7, ocorreu a conclusão do curso da primeira turma de Sargentos Músicos temporários formada pelo Serviço de Recrutamento e Preparo de Pessoal da Aeronáutica de Brasília (SEREP-BR). A turma chamada de “Uirapuru” é composta por 38 militares musicistas de instrumentos de corda (violino, violoncelo, viola, harpa e contrabaixo) que irão compor a Orquestra da FAB, com sede na Base Aérea de Brasília.
“No nosso caso, como viemos todos do meio civil, nunca tivemos a experiência militar antes. Foi preciso passar por um estágio de adaptação, para aprendermos como funciona a rotina de trabalho dentro do quartel e outros regulamentos”, conta Calebe, que atualmente está cursando o mestrado.
Ele explica que até ano passado, as forças armadas no geral, só permitiam o ingresso de músicos de instrumentos de metais, madeiras e percussão, e agora permitem os instrumentos de cordas. “Esse é um projeto de orquestra sinfônica que aconteceu pela primeira vez em uma das forças armadas. Houve outras tentativas, mas nunca saiu do papel antes, então é uma experiência nova pra nós também porque agora chamaram violinos, violoncelos, contrabaixo e harpa”, diz o mestrando.
Fernanda é mestre pela EMUFRN e violoncelista. Ela conta que sempre admirou as Forças Armadas, mas que nunca havia se imaginado na atividade militar. “Na área da música, as oportunidades eram voltadas para instrumentos de sopros para compor as bandas militares. Esse projeto da Orquestra Sinfônica da Força Aérea é uma oportunidade rara que possibilitou que instrumentistas de cordas se integrassem à aeronáutica. Acredito ser uma grande oportunidade para servir à sociedade e fazer música, que é o que eu amo fazer”, descreve ela.
Ela aponta que sua passagem na UFRN foi fundamental para o seu aperfeiçoamento profissional. “Especialmente ter estudado com o professor Fábio Presgrave me possibilitou um grande crescimento no violoncelo e, desde então, tenho colhido bons frutos na minha área”, complementa.
Já Higor está atualmente concluindo sua graduação e é violinista. “A UFRN foi como uma mãe, me acolheu muito. Lá conheci muitos professores qualificados para poder aprender mais e tinha todo um ‘ambiente musical’”, explica ele. “Participar da Orquestra da FAB está sendo algo muito enriquecedor na minha vida, porque é um projeto pioneiro. Também é a primeira vez que me deparo com o militarismo de frente, só sabia por fora”, conta Higor. “Agora terminamos o curso de formação militar e começaremos a trabalhar na Orquestra”, encerra.