Defensor público do RN diz que mulher que votou em Bolsonaro não pode reclamar de ser violentada

Em um áudio compartilhado nas redes sociais, um defensor público do Rio Grande do Norte atacou mulheres que votaram no ex-presidente Jair Bolsonaro. Na mensagem de voz, que teria vazado de um grupo de WhatsApp, ele declarou que essas mulheres não poderiam reclamar caso fossem violentadas.

“A mulher que vota em Bolsonaro, se levar uma dedada no c* e outra na b***** na rua, não pode reclamar”, afirmou no áudio, que ganhou repercussão nas redes sociais após o vazamento.

Na mensagem, nem a própria companheira dele escapou das agressões verbais. “Minha mulher, no primeiro ano, em 2018, votou em Bolsonaro. No ano passado, ela voto em branco, porque ela não aguenta votar em Lula. Mas ela foi um pouquinho digna e disse que respeitava nossas duas filhas e não votou em Bolsonaro”, disse.

A Defensoria Pública do Rio Grande do Norte afirmou que vai abrir procedimento interno para apurar o caso. Já a Comissão da Mulher Advogada da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio Grande do Norte (OAB/RN) expressou “completo repúdio à fala misógina atribuída a um defensor público do Estado. A violência sexual e de gênero é inaceitável em qualquer circunstância, e as palavras têm um poder imenso para incitar comportamentos agressivos e que vão contra a dignidade da mulher”.

Confira a transcrição do áudio

“Graças a Deus, temos Alexandre de Moraes danando a caneta nessa canalha, nesses vagabundos. (…), é para você que estou dizendo. O cara que defende Bolsonaro, defende tudo isso que esse cara fez, que esse marginal fez. (…), a mulher, eu digo isso, eu me sinto à vontade. Minha mulher, no primeiro ano, em 2018, votou em Bolsonaro. No ano passado, ela voto em branco, porque ela não aguenta votar em Lula. Mas ela foi um pouquinho digna e disse que respeitava nossas duas filhas e não votou em Bolsonaro. A mulher que vota em Bolsonaro, se levar uma dedada no c* e outra na b***** na rua, não pode reclamar.”

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