Em 2022, dois gols de Rodrygo nos acréscimos e um de Benzema deram um ponto final no sonho do Manchester City de conquistar a Liga dos Campeões pela primeira vez. Um ano depois, quis a história que o Real Madrid fosse o adversário de Pep Guardiola no caminho da glória na Europa. Nesta quarta-feira, as equipes decidem a última vaga à final em Istambul, em junho.
Na partida de ida, Real e City ficaram apenas no empate em 1 a 1, gols de Vini Jr. e De Bruyne. A decisão ficou para a partida na Inglaterra, casa dos comandados de Guardiola. Ao relembrar a semifinal da última temporada – vitória dos donos da casa por 4 a 3 -, o City tem a possibilidade de ter sua “revanche” contra o Real Madrid.
Líder do Campeonato Inglês, a uma vitória de conquistar o tricampeonato, e finalista da Copa da Inglaterra, o título da Liga dos Campeões significaria algo inédito ao City: a tríplice coroa, obtida apenas pelo rival United, na temporada 1998/1999. Para isso, terá de superar a soberania do Real Madrid, que perde uma decisão de mata-mata desde a temporada 2020/2021.
Apesar de uma postura conservadora do Manchester City, que evita tratar a partida como uma revanche, as movimentações do clube na janela de transferências nos últimos anos indicam que a equipe se prepara para esta decisão. A contratação de Erling Haaland, artilheiro da Premier League com 36 gols, solucionou a deficiência do elenco na posição de centroavante.
“Não estamos planejando apenas um jogo para parar Haaland e sim para segurar um time que parece imparável. Creio que podemos ter opções para fazer um jogo igual, competitivo e sair com a vitória”, afirmou Ancelotti, ainda na partida de ida, na última semana. De fato, a defesa do time merengue parou Haaland, mas cedeu espaços para De Bruyne, vindo de trás.
Em toda a sua história, o City só chegou à semifinal da Champions em quatro oportunidades; três destas justamente contra o Real Madrid, nas temporadas 2015/2016, 2021/2022 e 2022/2023. Em todas essas oportunidades, com exceção deste ano, foi eliminado pelo time espanhol.
“Sempre enfrentei os jogos contra o Real Madrid pensando no meu time. Sem desrespeito ao adversário, mas nessas partidas tenho que pensar muito no que eu preciso fazer. Conhecer o Real não significa que você pode controlá-lo”, afirmou Guardiola nesta terça-feira. Uma vitória simples garante o City na segunda decisão de sua história.
EM BUSCA DA 15ª
Maior campeão da Liga dos Campeões, o Real Madrid não passa pelo melhor momento na temporada. No Campeonato Espanhol, resta apenas a briga para garantir a segunda colocação, após o Barcelona conquistar o título de forma antecipada neste domingo.
Sondado e cobiçado pela CBF para suceder Tite no cargo da seleção brasileira, Carlo Ancelotti comanda a equipe em busca da 15ª conquista da Liga dos Campeões do time merengue. Caso avance sobre o City e derrote a Inter de Milão, seria sua quinta conquista da carreira – a terceira pelo Real Madrid.
“A pressão nesses jogos é muito alta. Mesmo que você seja o melhor time do mundo, pode não vencer, porque aqui não vale só a qualidade. São muitas coisas envolvidas e que precisam ser trabalhadas. O que posso dizer é que o nosso time está muito motivado”, disse o treinador, às vésperas do confronto.
Na última temporada, contou com as estrelas de Vini Jr., Benzema e Rodrygo para chegar até a final; um ano depois, o trio de ataque segue fundamental e, no que foi observado ao longo dos jogos, com a mesma potência da última conquista. “A ideia extrema do ano passado nos permitiu ganhar a Liga dos Campeões e os três atacantes na frente nos permitiu chegar às semifinais.”
Contra o City, no último ano, sofreu cinco gols no dois jogos; na partida de ida desta temporada, apenas um. O desempenho defensivo reforça a preocupação de Ancelotti com o ataque do City, encabeçado por Haaland, mas liderado por De Bruyne, Gundogan e Grealish. Nesta quarta-feira, o treinador deve ir com Rudiger ao lado de Alaba no setor, para evitar o domínio inglês no Etihad Stadium.