A volta às aulas presenciais no âmbito do Rio Grande do Norte foi o tema debatido na tarde desta terça-feira (20), em reunião da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia, Desenvolvimento Socioeconômico, Meio Ambiente e Turismo, reunindo os deputados Isolda Dantas (PT), Jacó Jácome (PSD), Francisco do PT e representantes de entidades do setor educacional e do Ministério Público estadual.
Depois de mais de duas horas de debate pelo Sistema Remoto de Deliberação da Assembleia Legislativa ficou evidenciado nas exposições dos participantes convidados, que a volta às aulas presenciais nas escolas públicas passa pela as orientações da Ciência.
“A Ciência é quem guia. O retorno das aulas pelo sistema presencial tem que ser resolvido à luz da Ciência. Tem que ter vacina para todos. Vamos elaborar um relatório de todas as questões aqui levantadas para encaminhar ao Governo do Estado e a todas as instituições que estiveram representadas no debate desta tarde”, disse a presidente da Comissão, deputada Isolda Dantas.
O secretário extraordinário para Gestão de Projetos e Metas de Governo, Fernando Mineiro, disse em suas colocações no início do debate que a Pandemia causou grande impacto na vida dos alunos da América do Sul e Caribe.
“No Brasil o impacto foi muito grande. Setenta por cento das crianças brasileiras estão afetadas por causa da Pandemia, com a suspenção das atividades de ensino pelo Brasil afora, com agravamento pelas dificuldades de acesso às tecnologias para as aulas online. É uma situação complexa”, disse o Secretário.
A coordenadora da Frente Nordeste Criança, Ana Maria Melo disse que há um ano “estamos nessa ansiedade. Volta não volta”. Ela falou sobre um levantamento feito com crianças da região Nordeste, identificando como elas vão agindo diante das adversidades.
A presidente da Associação Potiguar dos Estudantes Secundarista, Alana Carolina Ribeiro Cabral, fez a sua colocação dizendo que “não se pode virar as costas para os estudantes numa hora dessa, como a da Pandemia. É preciso que tenham o suporte necessário para a sobrevivência. Precisa de vacinação de professores, EPIs, cestas básicas para estudantes que estão necessitando”.
Já a vice-presidente da Associação de Pais e Alunos do Estado, Clelma Pinheiro questionou que os pais não têm como auxiliar os filhos nas aulas remotas. Essa é a realidade do ensino remoto. Qual o objetivo desse ensino remoto. Essas aulas não estão sendo realizadas ao contento”, disse.
A Coordenadora Geral do Sindicato dos Trabalhadores de Educação Pública do Estado, Maria de Fátima Cardoso colocou na discussão “que estamos no pico da pandemia e quais foram as tratativas feitas com o Governo Federal para que a gente pudesse ter mais condições de trabalho. Os estados precisam de recursos para uma resposta a essa situação. Fico à vontade para falar em nome dos profissionais”.
Outra debatedora foi a presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundarias, Rozana Barroso. De acordo com a sua colocação, têm pessoas voltando para o mapa da fome e os alunos estão com seus pais nessa situação. “Defendemos a presença da escola. A falta da aula deixa os estudantes sem alimentação, sem acesso à Educação pela internet. Precisamos de um plano para recuperar as escolas públicas que não têm condições de abrir”, afirmou.
A titular da 78ª Promotoria de Justiça e Coordenadora das Promotorias de Justiça de Defesa da Educação da Comarca de Natal, Isabelita Garcia Gomes Neto Rosas, destacou que “não podemos deixar de considerar o Estatuto da Criança e do Adolescente. É muito improvável que as escolas sejam ambientes propícios à transmissão do vírus. As escolas devem ser as últimas a fecharem e as primeiras a serem reabertas”.
Na sua participação no debate, a Secretária Adjunta da Educação, da Cultura, do Esporte e do Lazer, professora Márcia Gurgel disse que não há escolas fechadas no Rio Grande do Norte. “Há um conjunto delas que vem cumprindo um calendário com projetos pedagógicos para retomadas das avaliações para que nenhum aluno seja reprovado em 2021. Um projeto pedagógico específico para que os estudantes recuperem o prejuízo. Vamos fazer um pacto em defesa da Educação. Um diálogo profícuo para que juntos possamos encontrar as alternativas para garantir a Educação”.