Cem mil pessoas. Esse é o número de refugiados e migrantes da Venezuela interiorizados pelo Brasil nos últimos cinco anos. Eles vieram devido ao agravamento da crise econômica e social no país vizinho.
A maioria chegou pela fronteira brasileira, em Roraima, e ficou concentrada nas cidades de Pacaraima e Boa Vista. Atualmente vivem espalhados em mais de 930 municípios.
A estratégia de interiorização, a Operação Acolhida, foi adotada pelo governo brasileiro em 2018, para realocar de forma voluntária, segura, organizada e gratuita, refugiados e migrantes em situação de vulnerabilidade em outras cidades do Brasil.
Oscar Enrique Dum, de 60 anos, chegou ao Brasil, em 2019, acompanhado da sogra e do filho. Ele fala sobre a realidade em Caracas, capital da Venezuela, quando trabalhava como analista de sistemas.
Oscar hoje mora de aluguel em Ceilândia, no Distrito Federal. Já trabalhou como entregador de aplicativo de bicicleta e agora como digitador em home office.
Segundo a Rádio Agência Nacional, outra realidade vive o casal de origem indígena, Reimer Jesus e Marilin Dele Carmen. Os dois são da cidade de Barrancas del Orinoco, na Venezuela. Eles pedem ajuda todos os dias nos semáforos de Brasília para comprar alimentos e fraldas para a filha de um ano e o bebê de dois meses. Marilin conta que a vida dela está melhor aqui no Brasil.
Segundo a Organização das Nações Unidas, espera-se que uma média diária de 138 refugiados e migrantes venezuelanos com necessidades entrem no Brasil ao longo de 2023 e 67, em 2024, atingindo um total estimado de quase 476 mil pessoas até o final de 2024.