A senadora Zenaide Maia (PSD-RN) criticou duramente, nesta quinta-feira (30), as instituições financeiras pelas taxas de juros cobradas, que classificou como extorsivas e incompatíveis com o crescimento da economia do país. Mencionando principalmente as cobranças do cartão de crédito e do cheque especial, ela pediu apoio à proposta de emenda à Constituição (PEC 79/2019) de sua autoria que proíbe a cobrança de juros maiores que o triplo da taxa básica definida pelo Banco Central.
— Esses cartões de crédito cobram até 400% de juros ao ano — salientou. — Isso é uma extorsão! Ao ponto de que, se você comprar um aparelho celular e pagar o mínimo no cartão de crédito, você paga pelo menos mais três aparelhos celulares. Eu gosto de dizer o seguinte: o ladrão leva um, mas você já pagou mais três ao sistema financeiro, aos bancos — disse a senadora.
Segundo a Agência Senado, Zenaide também criticou a decisão do Copom de manter a taxa Selic em 13,75% e a resistência de bancos privados e estatais à proposta de limitar a 1,7% os juros sobre o empréstimo consignado a aposentados e pensionistas do INSS. Os bancos por fim aceitaram a proposta de cobrar 1,99%, sendo que a proposta de 1,7% já representava quatro vezes a inflação. Zenaide mencionou a perplexidade de economistas estrangeiros diante dos juros cobrados no Brasil. Ela observou que um ganhador do Prêmio Nobel de Economia, Joseph Stiglitz, afirmou que a taxa básica de juros cobrada no Brasil equivale a uma pena de morte.
— Eu fico revoltada com a extorsão que os bancos e os cartões de crédito fazem às famílias brasileiras. É importante a gente levar e dar visibilidade à população. Nós temos que dar visibilidade porque é possível, sim, reduzir esses juros, e não estamos engessando política nenhuma.
A senadora salientou que nenhum país do mundo sai de uma crise econômica sem investimento público. E lamentou que o ex-ministro da Economia, Paulo Guedes, só falasse em “desinvestir”. Para Zenaide, é preciso retomar os investimentos públicos e assim gerar emprego e renda.