O real desvalorizou 10,2% em 2021 e registra o 4º pior desempenho das moedas em comparação com o dólar. O levantamento é da Austin Rating. O câmbio brasileiro só ganha das divisas do Sudão, Líbia e Venezuela.
Essas moedas desvalorizaram 85,3%, 70,1% e 42,4%, respectivamente. O real perdeu mais valor do que o peso argentino e o gourde, do Haiti.
A desvalorização é registrada em momentos de incertezas quanto ao desempenho da economia brasileira. Apesar de o mercado esperar crescimento superior a 3% ao ano, o número de casos de covid-19 tem preocupado os investidores.
Além disso, há dúvidas quanto à trajetória da dívida pública, que chegou a 89,7% do PIB (Produto Interno Bruto). Na 6ª feira (12.mar.2021), o dólar subiu 0,31%, e chegou aos R$ 5,56. Caiu 2,18% na semana. Apesar disso, chegou a máxima semanal de R$ 5,87 na 3ª feira (9.mar.2021), quando o mercado repercutiu possíveis frustrações com a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) emergencial.
A máxima nominal histórica foi em maio de 2020, quando chegou a R$ 5,90. Mas, considerando retrospectivamente a correção pela inflação dos Estados Unidos e do Brasil, o valor mais alto já atingido pela moeda foi em setembro de 2002: R$ 7,88. Ou seja, em termos reais, esse era o custo da moeda norte-americana em valores atualizados. O dólar teria que subir 42% para atingir à máxima real histórica.
De acordo com dados da Austin Rating, apesar de o dólar não estar na máxima histórica, o real se descolou das moedas de 16 países emergentes, que representam 30% do PIB (Produto Interno Bruto) mundial. O real seguiu trajetória diferente: desde março de 2020, caiu 19,2%. As outras divisas subiram 0,9%.
Usado para medir a confiança na economia, o risco-país registrou 196 pontos nesta 6ª (12.mar). Há 1 ano (12.mar.2021), registrava 222. Quanto maior a pontuação, maiores são os riscos.
PODER360