A Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern) anunciou que irá intensificar ações de fiscalização para o combate de ligações irregulares na rede, em todo o Rio Grande do Norte. A afirmação ocorreu dois dias após a Federação do Comércio do RN (Fecomércio RN) defender que o futuro governador do Estado privatize a Companhia em razão do desperdício de água tratada e da falta de fiscalização de ligações clandestinas. Segundo a Caern, as ações a serem adotadas devem reduzir perdas no próprio faturamento, “que hoje estão em 39,82%”.
Esse percentual, de acordo com a Companhia, impacta diretamente as perdas totais, de 51,43%, as quais englobam faturamento e distribuição. “O maior impacto não é decorrente de vazamentos ou situações operacionais, mas das ligações clandestinas feita à revelia da Companhia”, afirmou a Caern, ao acrescentar que, há dez anos, as perdas da Companhia estavam em aproximadamente 60%.
A intensificação das ações, prevista para outubro, engloba a fiscalização de ramais de água cortados, suprimidos e que podem ser realizados, bem como de ramais ativos com indícios de fraudes. O trabalho utilizará a tecnologia de georradar, equipamento que consegue detectar qualquer tipo de tubulação, cabos ou estruturas enterradas em até oito metros de profundidade. A estimativa da Caern é de que, por mês, aproximadamente 2,5 mil imóveis sejam fiscalizados.
O contrato para uso da tecnologia é de cinco anos. Com isso, a Companhia espera fiscalizar 150 mil imóveis, no período. A Caern esclareceu que as ligações clandestinas prejudicam o sistema de rede de água e esgoto em sua totalidade e comprometem a qualidade do abastecimento. “É importante que denúncias sobre esse tipo de crime sejam informadas pelos canais de atendimento. Ao constatar a irregularidade, a Companhia aplica multas e suspensão no fornecimento”, alertou a empresa.