Os motoristas de Natal que foram a determinados postos de abastecimento de combustíveis nesta terça-feira (24) tiveram uma surpresa desagradável. Sem reajuste anunciado pela Petrobras, os preços nas bombas em alguns estabelecimentos já variava de R$ 8,03 a até R$ 8,19. O novo valor foi confirmado pela Tribuna do Norte em postos das zonas Leste e Norte da cidade. Segundo Maxwell Flor, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do RN (Sindipostos), há alguns indicadores que podem justificar o aumento. Ele cita o reajuste no preço do diesel e a necessidade das distribuidoras de importarem o produto, pela escassez nas refinarias da Petrobras.
Em Natal, o preço médio da gasolina registrado na mais recente pesquisa da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), publicada no último sábado (21), foi de R$ 7,546. Na mesma pesquisa, o maior valor registrado na capital potiguar foi de R$ 7,590. No comparativo entre o maior preço verificado pela ANP e o preço nas bombas nessa terça-feira tem-se um aumento de 7,11%, ou seja R$ 0,60 a mais.
Os motoristas que abastecerem nos postos que praticam o valor de R$ 8,19 vão gastar R$ 24,00 a mais por tanque de 40 litros. Apesar do aumento registrado nas bombas em Natal, a Petrobras está há 73 dias sem reajustar o preço do combustível nas refinarias, intervalo que é o maior em 30 meses. O último reajuste da gasolina foi em 11 de março, quando o preço subiu 18,8% ou R$ 0,61 por litro nas refinarias da Petrobras. À época, o combustível estava há 57 dias sem sofrer aumento.
O presidente do Sindipostos explica que, provavelmente, a falta do produto na Petrobras leva as distribuidoras a comprar parte do combustível no mercado externo, sendo uma das razões para o novo preço. “Vamos supor que a distribuidora quer comprar 100 mil litros de gasolina da Petrobras, mas a Petrobras não tem, só tem 80 litros. Então, a distribuidora tem que comprar o resto lá fora, e o mercado internacional está vendendo mais caro”, explicou o representante. Com o preço mais alto da importação, as distribuidoras repassam o preço aos postos, que aumentam o valor nas bombas e causam o espanto dos motoristas.
Outra possibilidade é o aumento do preço do óleo diesel. Uma reportagem da Tribuna do Norte do último dia 15 de maio mostrou que o preço do litro de diesel comum subiu 41,1% em um ano no Rio Grande do Norte. Segundo Maxwell Flor, esse aumento acaba influenciando no preço da gasolina, já que o transporte do combustível é todo feito por meio rodoviário, exigindo pagamento de frete.